DOS CRONISTAS DE 1500 AOS LOUCOS MODERNISTAS
AUTORAS:Jéssica Salomão, Lorena Cézar e Kátia.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
NOVO BLOG
Queridos, visitem o novo blog http://cirandadainclusao.blogspot.com . Esse blog será construído por mim e por vocês. Gostaria que cada um fizesse uam visitinha e deixasse um recado. Ah! terá uma tarefa a ser postada lá. Aguardo vocês. Bjos
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
SEM PALAVRAS...
No Brooklyn, Nova Iorque, Chush é uma escola que se dedica ao ensino de crianças especiais. Algumas crianças ali permanecem por toda a vida escolar, enquanto outras podem ser encaminhadas para uma escola comum.
Num jantar beneficente de Chush, o pai de uma criança fez um pronunciamento que nunca mais seria esquecido pelos que ali estavam presentes.
Depois de elogiar a escola e seu dedicado pessoal, perguntou: “Onde está a perfeição no meu filho Pedro, se tudo o que DEUS faz é feito com perfeição? Meu filho não pode entender as coisas como outras crianças entendem. Meu filho não pode se lembrar de fatos e números como as outras crianças. Então, onde está a perfeição de Deus?”
Todos ficaram chocados com a pergunta e com o sofrimento daquele pai, mas ele continuou: “Acredito que quando Deus traz uma criança especial ao mundo, a perfeição que Ele busca está no modo como as pessoas reagem diante desta criança.”
Então ele contou a seguinte história sobre o seu filho Pedro:
- Uma tarde, Pedro e eu caminhávamos pelo parque onde alguns meninos que o conheciam, estavam jogando beisebol.
Pedro perguntou-me:
- Pai, você acha que eles me deixariam jogar?
Eu sabia das limitações do meu filho e que a maioria dos meninos não o queria na equipe. Mas entendi que se Pedro pudesse jogar com eles, isto lhe daria uma confortável sensação de participação. Aproximei-me de um dos meninos no campo e perguntei-lhe se Pedro poderia jogar. O menino deu uma olhada ao redor, buscando a aprovação de seus companheiros de equipe e mesmo não conseguindo nenhuma aprovação, ele assumiu a responsabilidade e disse:
- Nós estamos perdendo por seis rodadas e o jogo está na oitava. Acho que ele pode entrar na nossa equipe e tentaremos colocá-lo para bater até a nona rodada.
Fiquei admirado quando Pedro abriu um grande sorriso ao ouvir a resposta do menino. Pediram então que ele calçasse a luva e fosse para o campo jogar. No final da oitava rodada, a equipe de Pedro marcou alguns pontos, mas ainda estava perdendo por três. No final da nona rodada, a equipe de Pedro marcou novamente e agora com dois fora e as bases com potencial para a rodada decisiva, Pedro foi escalado para continuar. Uma questão, porém, veio à minha mente: a equipe deixaria Pedro, de fato, rebater nesta circunstância e deitar fora à possibilidade de ganhar o jogo? Surpreendentemente, foi dado o bastão a Pedro. Todo o mundo sabia que isto seria quase impossível, porque ele nem mesmo sabia segurar o bastão. Porém, quando Pedro tomou posição, o lançador se moveu alguns passos para arremessar a bola de maneira que Pedro pudesse ao menos rebater. Foi feito o primeiro arremesso e Pedro balançou desajeitadamente e perdeu. Um dos companheiros da equipe de Pedro foi até ele e juntos seguraram o bastão e encararam o lançador.
O lançador deu novamente alguns passos para lançar a bola suavemente para Pedro. Quando veio o lance, Pedro e o seu companheiro da equipe balançaram o bastão e juntos rebateram a lenta bola do lançador. O lançador apanhou a suave bola e poderia tê-la lançado facilmente ao primeiro homem da base, Pedro estaria fora e isso teria terminado o jogo. Ao invés disso, o lançador pegou a bola e lançou-a numa curva, longa e alta para o campo, distante do alcance do primeiro homem da base.
Então todo o mundo começou a gritar: Pedro corre para a primeira base, corre para a primeira. Nunca na sua vida ele tinha corrido... mas saiu disparado para a linha de base, com os olhos arregalados e assustado. Até que ele alcançasse a primeira base, o jogador da direita teve a posse da bola. Ele poderia ter lançado a bola ao segundo homem da base, o que colocaria Pedro fora de jogo, pois ele ainda estava correndo. Mas o jogador entendeu quais eram as intenções do lançador, assim, lançou a bola alta e distante, acima da cabeça do terceiro homem da base. Todo o mundo gritou: “Corre para a segunda, Pedro, corre para a segunda base.”
Pedro correu para a segunda base, enquanto os jogadores à frente dele circulavam deliberadamente para a base principal. Quando Pedro alcançou a segunda base, a curta parada adversária colocou-o na direção de terceira base e todos gritaram:
- “Corre para a terceira.”Ambas as equipes correram atrás dele gritando: “Pedro, corre para a base principal.”
Pedro correu para a base principal, pisou nela e todos os 18 meninos o ergueram nos ombros fazendo dele o herói, como se ele tivesse vencido o campeonato e ganho o jogo para a equipe dele.
- Naquele dia, disse o pai, com lágrimas caindo sobre face, aqueles 18 meninos alcançaram a Perfeição de Deus. Eu nunca tinha visto um sorriso tão lindo no rosto do meu filho!
O fato dizem ser verdadeiro e ao mesmo tempo causa-nos tanta estranheza! Entretanto, há pessoas que enviam mil piadas por e-mail e elas espalham-se como fogo, mas, quando enviamos mensagens sobre algo de bom, as pessoas pensam duas vezes antes de compartilhá-las. É preocupante que coisas grotescas, vulgares e obscenas cruzem livremente o ciberespaço.
Todos precisamos parar alguns momentos para pensar naquilo que é realmente importante na vida. A amizade e a solidariedade nunca sairão de moda. Basta querermos!
Fonte: Enviado por Moacy Neves, jornalista e diretor do Sinjorba (Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Bahia)
Fonte: Enviado por Moacy Neves, jornalista e diretor do Sinjorba (Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Bahia)
domingo, 4 de outubro de 2009
ESTRELAS DO MAR
Estrelas do mar
Era uma vez um escritor que morava em uma tranquila praia, junto de uma colônia de pescadores. Todas as manhãs ele caminhava à beira do mar para se inspirar, e à tarde ficava em casa escrevendo. Certo dia, caminhando na praia, ele viu um vulto que parecia dançar. Ao chegar perto, ele reparou que se tratava de um jovem que recolhia estrelas-do-mar da areia para, uma por uma, jogá-las novamente de volta ao oceano. "Por que está fazendo isso?"- perguntou o escritor. "Você não vê? -- explicou o jovem -- A maré está baixa e o sol está brilhando. Elas irão secar e morrer se ficarem aqui na areia". O escritor espantou-se. "Meu jovem, existem milhares de quilômetros de praias por este mundo afora, e centenas de milhares de estrelas-do-mar espalhadas pela praia. Que diferença faz? Você joga umas poucas de volta ao oceano. A maioria vai perecer de qualquer forma". O jovem pegou mais uma estrela na praia, jogou de volta ao oceano e olhou para o escritor. "Para essa aqui eu fiz a diferença..." Naquela noite o escritor não conseguiu escrever, sequer dormir. Pela manhã, voltou à praia, procurou o jovem, uniu-se a ele e, juntos, começaram a jogar estrelas-do-mar de volta ao oceano. Sejamos, portanto, mais um dos que querem fazer do mundo um lugar melhor.
Sejamos a diferença!
Era uma vez um escritor que morava em uma tranquila praia, junto de uma colônia de pescadores. Todas as manhãs ele caminhava à beira do mar para se inspirar, e à tarde ficava em casa escrevendo. Certo dia, caminhando na praia, ele viu um vulto que parecia dançar. Ao chegar perto, ele reparou que se tratava de um jovem que recolhia estrelas-do-mar da areia para, uma por uma, jogá-las novamente de volta ao oceano. "Por que está fazendo isso?"- perguntou o escritor. "Você não vê? -- explicou o jovem -- A maré está baixa e o sol está brilhando. Elas irão secar e morrer se ficarem aqui na areia". O escritor espantou-se. "Meu jovem, existem milhares de quilômetros de praias por este mundo afora, e centenas de milhares de estrelas-do-mar espalhadas pela praia. Que diferença faz? Você joga umas poucas de volta ao oceano. A maioria vai perecer de qualquer forma". O jovem pegou mais uma estrela na praia, jogou de volta ao oceano e olhou para o escritor. "Para essa aqui eu fiz a diferença..." Naquela noite o escritor não conseguiu escrever, sequer dormir. Pela manhã, voltou à praia, procurou o jovem, uniu-se a ele e, juntos, começaram a jogar estrelas-do-mar de volta ao oceano. Sejamos, portanto, mais um dos que querem fazer do mundo um lugar melhor.
Sejamos a diferença!
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
DEMOCRACIA RACIAL NO BRASIL - UM MITO
http://caminhaculturalmg.ning.com/video/video/show?id=3264643%3AVideo%3A4982
Racismo??
Veja o vídeo e faça o comentario
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sexta-feira, 18 de setembro de 2009
MUITO LONGE DE CASA, ISHMAEL BEAH
“Estou empurrando um carrinho de mão enferrujado numa cidade em que o ar cheira a sangue e carne queimada. A brisa traz o pranto débil de corpos mutilados que dão o ultimo suspiro (...) As moscas estão tão excitadas e intoxicadas que caem nas poças de sangue e morrem. (...) Consigo sentir o calor do meu rifle AK-47 nas minhas costas; não lembro quando atirei com ele da última vez (...)”. Página 21 “
(...) Lembranças das quais às vezes eu gostaria de me livrar, apesar de saber que são uma parte importante do que é minha vida, de quem sou agora (...) Hoje vivo em três mundos: meus sonhos, e as experiências de minha nova vida, que desencadeiam memórias do passado”. Página 22 Da mesma forma que o Nobel Wole Soyinka, Ishmael Beah, jovem escritor natural de Serra Leoa, dá voz ao sofrimento e dor que viveu durante a guerra civil em seu país.
No livro, Muito longe de casa – Memórias de um menino-soldado (A Long Way gone: Memoirs of boysoldier, tradução de Cecília Gianetti, Ediouro, 224 pp), contudo diferentemente de Soyinka que foi preso já adulto por tentar mediar os partidos da guerra civil nigeriana e contou seu drama em The Man Died: Prison Notes, Beah ainda pré-adolescente, conviveu todo o conflito sanguinário, perdendo seus familiares, fugindo pelo interior do país dos rebeldes que massacraram sua aldeia e logo depois foi agregado às forças do exército para lutar contra as milícias do tráfico de diamantes. Forçado a ser algoz, o fã de hip-hop e de boa literatura passa parte da infância e da adolescência matando sob o comando de adultos e fugindo da morte.
O jovem autor de 26 anos veio a Flip 2007, e emocionou a muitos que o ouviram em entrevista. Na mesa “Sobre meninos e lobos” em conjunto com Paulo Linz, falou das barbaridades sofridas, e encantou com um sorriso cativante de forma incrível a platéia do debate. Nem dava para imaginar que ele tinha passado três longos anos de atrocidades, drogas pesadas e matanças que viveu e participou. Fazendo um paralelo, a crítica colocou a África de Beah como uma imensa Cidade de Deus de Linz e da mesma forma usa o assunto estarrecedor para transformar a nossa maneira de encarar o nosso mundo.
A guerra civil em Serra Leoa, recentemente mostrada no filme Diamantes de Sangue de Edward Zwick, com Leonardo Di Caprio e Jennifer Connelly, foi o resultado do conflito interno entre dois lideres políticos do país. Em 1995, o conflito político se degenerou no choque entre as duas forças leonesas, e durante sete anos destruiu quase todo o território de Serra Leoa e matou milhares de pessoas.
Memórias angustiantes, atormentadas, escritas em um estilo simples, que segundo Vinicius Jatobá da EntreLivros, coloca a dor acima das palavras, uma cicatriz exposta que Beah constrói com a mesma estrutura de um conto de Andersen ou dos Grimm, uma clássica história de um inocente sobrevivente em meio à crueldade de uma guerra, como Primos Levi, Imré Kertesz e Nuruddin Farah fizeram em seus É isso um homem, Sem Destino e Mapas, respectivamente.
Apesar da maneira que foi escrita, lembrando suas idas e vindas naquele conflito caótico, o autor consegue em Muito longe de casa encantar com as lembranças das estórias que sua avó contava ou com as descrições de brincadeiras de sua infância roubada pela ferocidade da luta armada. Cita Shakespearre em muitos dos ataques que participou, movido a drogas pesadas e ao calor da “lavagem cerebral” de seus sargentos. Tudo mudou quando conseguiu fugir para Guiné, país vizinho, com a ajuda de voluntários ligados a Unicef, logo depois foi adotado por uma família americana e desde 1998 vive em Nova York, conseguindo o titulo de bacharel em Ciências Políticas pelo Oberlin College.
Beah atrai à leitura com essa sua história de sobrevivência, arrebatando com sua narrativa crua e honesta o público leitor, chegando rapidamente à lista dos livros mais vendidos, deste seu lançamento em junho. Atualmente, o jovem possui um cargo no Conselho de Relações internacionais dos EUA e é membro do comitê de Direitos da Criança da ONG Human Rights Watch.
Cadorno Teles
TRECHO DO LIVRO
Krefeld, 31 de dezembro de 1942
O Natal passou. Não nos demos conta dele. Trabalhamos oito horas. O cotidiano não foi suavizado, por exigência expressa do diretor de Anrath, que se recusou a aceitar pequenas guloseimas que uma instituição de assistência a prisioneiros queria nos enviar. Nessa noite, eu operava a máquina com minha querida Gerda Vossing. Estávamos alegres, pois desejávamos encerrar bem o ano. O guarda meu amigo aproximou-se de nós para me dizer bem rápido:
— Isto não pode mais continuar, tentem fugir, encontrem um jeito! Se surgir a oportunidade, meu nome é Erb, moro na Spinneristrasse, 29. Ninguém irá procurá-las lá...
Nem pude responder, de tão emocionada, tão pasma, com tamanha bondade, tamanha generosidade. De longe, nosso colega Daniel, o último tecelão civil belga deste turno, observa a cena, e assim que meu amigo se afasta, Daniel corre para mim:
— O que aquele safado queria? Aposto que estava enchendo você.
Daniel vive querendo nos proteger, ainda que este bom rapaz esteja cansado de saber que nada pode fazer por nós além de nos presentear com seu bonito sorriso e um aperto de mão quando não há ninguém por perto.Eu o tranqüilizo. O guarda só veio me desejar feliz Ano-Novo. Sim, um feliz Ano-Novo. Na verdade, jamais um homem me deu um presente de fim de ano igual! Erb sabe muito bem que me esconder significa arriscar a própria vida...
Discutimos um bom tempo, Henriette e eu, a proposta de Erb. A salvação é possível. Três alemãs partiram semana passada, mas o ato nos valeu, apesar do frio, o confisco de nossos casacos da fábrica, pois à noite nossas blusas brancas são mais fáceis de serem localizadas. No momento, em pleno janeiro, saímos para tomar a sopa da meia-noite encharcadas de suor. Estamos sob uma fina camisa de seda artificial. A tosse de Henriette é de rachar o peito. Chego a pensar que ela está seriamente enferma.
Debatemos o mistério Erb. Desde que viemos parar nas "mãos deles", já vimos tantas armadilhas, que nos perguntamos se esta não será mais uma. Não! Rejeito essa idéia. Não quero macular a extraordinária generosidade desse homem com um pensamento vil. Não vou, contudo, aceitar sua oferta. Estou doente demais para encarar o esforço de uma fuga. Depois, se me salvo, quem sabe acabam pegando Pierre em meu lugar. Não, o vinho está servido, cabe bebê-lo. "Depois da chuva, o sol há de brilhar", dizíamos a nós mesmos antigamente, quando cantávamos La Jeune garde. Sim, logo o sol irá brilhar. Como nos disse Armand Schmidt, no camburão de Düsseldorf, é preciso "engolir em seco". Tomara que as minhas forças durem até o final do meu encarceramento!
É idiota, mas esta ferida no pé influi no meu estado geral de saúde. Praticamente não durmo mais, o pé e o tornozelo estão inchados. A guardiã, Fräulein Dross, não vê serventia em me levar ao posto de saúde.
Krefeld, 15 de janeiro de 1943
Sem dúvida há mudanças "lá fora", pois o regulamento, da noite para o dia, se tornou muito mais rígido. Os guardas da fábrica agora andam armados de fuzil. Meu pobre Erb tem cara de não saber o que fazer com ele. Um SS acompanha os guardas e vem nos buscar diariamente para nos escoltar ao trabalho. Ele me dá muita pena, pois se parece com Louis Jouvet. É triste vê-lo enfiado neste uniforme! O SS conta as mulheres na saída de casa. A fim de não se confundir, ele nos belisca o braço, de passagem, de preferência machucando a carne.
No meio da sala de máquinas, acabam de construir uma guarita de concreto armado, uma espécie de torre fortificada com seteiras da qual é possível controlar a sala toda com uma simples metralhadora. Uma construção similar também surgiu no pátio e em todas as dependências da fábrica. Estou muito feliz, pois estes sinais são precursores de revolta. Correm rumores de motins...
Maria B., jovem comunista alemã de um outro turno, acaba de ser enviada para Anrath, para a solitária. Vai se divertir um bocado! Está sendo punida por ter dado a boa notícia do cerco às tropas alemãs na Rússia. Onde terá ocorrido esse cerco? Ninguém sabe ao certo, mas todo mundo fala disso. A alegria me leva a dançar, corremos de uma máquina a outra; umas ouviram dizer que se trata de dez divisões, outras, de cem, mas como não sabemos em que consiste uma divisão, continuamos mal informadas. De fonte alemã, fala-se à boca pequena do começo do fim. Uma vez mais, dou piruetas como uma doida, apesar da dor sempre lancinante que sinto no pé. Houben me vê, chama um de seus ajudantes, os dois me observam enquanto imito uma bailarina. Henriette manda, aos gritos, que eu sossegue. Tarde demais! Eles me viram. Tanto pior!
Krefeld, 31 de dezembro de 1942
O Natal passou. Não nos demos conta dele. Trabalhamos oito horas. O cotidiano não foi suavizado, por exigência expressa do diretor de Anrath, que se recusou a aceitar pequenas guloseimas que uma instituição de assistência a prisioneiros queria nos enviar. Nessa noite, eu operava a máquina com minha querida Gerda Vossing. Estávamos alegres, pois desejávamos encerrar bem o ano. O guarda meu amigo aproximou-se de nós para me dizer bem rápido:
— Isto não pode mais continuar, tentem fugir, encontrem um jeito! Se surgir a oportunidade, meu nome é Erb, moro na Spinneristrasse, 29. Ninguém irá procurá-las lá...
Nem pude responder, de tão emocionada, tão pasma, com tamanha bondade, tamanha generosidade. De longe, nosso colega Daniel, o último tecelão civil belga deste turno, observa a cena, e assim que meu amigo se afasta, Daniel corre para mim:
— O que aquele safado queria? Aposto que estava enchendo você.
Daniel vive querendo nos proteger, ainda que este bom rapaz esteja cansado de saber que nada pode fazer por nós além de nos presentear com seu bonito sorriso e um aperto de mão quando não há ninguém por perto.Eu o tranqüilizo. O guarda só veio me desejar feliz Ano-Novo. Sim, um feliz Ano-Novo. Na verdade, jamais um homem me deu um presente de fim de ano igual! Erb sabe muito bem que me esconder significa arriscar a própria vida...
Discutimos um bom tempo, Henriette e eu, a proposta de Erb. A salvação é possível. Três alemãs partiram semana passada, mas o ato nos valeu, apesar do frio, o confisco de nossos casacos da fábrica, pois à noite nossas blusas brancas são mais fáceis de serem localizadas. No momento, em pleno janeiro, saímos para tomar a sopa da meia-noite encharcadas de suor. Estamos sob uma fina camisa de seda artificial. A tosse de Henriette é de rachar o peito. Chego a pensar que ela está seriamente enferma.
Debatemos o mistério Erb. Desde que viemos parar nas "mãos deles", já vimos tantas armadilhas, que nos perguntamos se esta não será mais uma. Não! Rejeito essa idéia. Não quero macular a extraordinária generosidade desse homem com um pensamento vil. Não vou, contudo, aceitar sua oferta. Estou doente demais para encarar o esforço de uma fuga. Depois, se me salvo, quem sabe acabam pegando Pierre em meu lugar. Não, o vinho está servido, cabe bebê-lo. "Depois da chuva, o sol há de brilhar", dizíamos a nós mesmos antigamente, quando cantávamos La Jeune garde. Sim, logo o sol irá brilhar. Como nos disse Armand Schmidt, no camburão de Düsseldorf, é preciso "engolir em seco". Tomara que as minhas forças durem até o final do meu encarceramento!
É idiota, mas esta ferida no pé influi no meu estado geral de saúde. Praticamente não durmo mais, o pé e o tornozelo estão inchados. A guardiã, Fräulein Dross, não vê serventia em me levar ao posto de saúde.
Krefeld, 15 de janeiro de 1943
Sem dúvida há mudanças "lá fora", pois o regulamento, da noite para o dia, se tornou muito mais rígido. Os guardas da fábrica agora andam armados de fuzil. Meu pobre Erb tem cara de não saber o que fazer com ele. Um SS acompanha os guardas e vem nos buscar diariamente para nos escoltar ao trabalho. Ele me dá muita pena, pois se parece com Louis Jouvet. É triste vê-lo enfiado neste uniforme! O SS conta as mulheres na saída de casa. A fim de não se confundir, ele nos belisca o braço, de passagem, de preferência machucando a carne.
No meio da sala de máquinas, acabam de construir uma guarita de concreto armado, uma espécie de torre fortificada com seteiras da qual é possível controlar a sala toda com uma simples metralhadora. Uma construção similar também surgiu no pátio e em todas as dependências da fábrica. Estou muito feliz, pois estes sinais são precursores de revolta. Correm rumores de motins...
Maria B., jovem comunista alemã de um outro turno, acaba de ser enviada para Anrath, para a solitária. Vai se divertir um bocado! Está sendo punida por ter dado a boa notícia do cerco às tropas alemãs na Rússia. Onde terá ocorrido esse cerco? Ninguém sabe ao certo, mas todo mundo fala disso. A alegria me leva a dançar, corremos de uma máquina a outra; umas ouviram dizer que se trata de dez divisões, outras, de cem, mas como não sabemos em que consiste uma divisão, continuamos mal informadas. De fonte alemã, fala-se à boca pequena do começo do fim. Uma vez mais, dou piruetas como uma doida, apesar da dor sempre lancinante que sinto no pé. Houben me vê, chama um de seus ajudantes, os dois me observam enquanto imito uma bailarina. Henriette manda, aos gritos, que eu sossegue. Tarde demais! Eles me viram. Tanto pior!
Resistência: A História de Uma Mulher que Desafiou Hitler
‘Resistência: A História de Uma Mulher que Desafiou Hitler’ é ao mesmo tempo um livro de memórias e um diário da historiadora de arte Agnès Humbert. O relato veio a público em 1946 e mostra com muita ironia e humor como Humbert e seus colegas de museu recusaram-se a seguir as ordens dos alemães, ao tentarem invadir a França, em plena 2ª Guerra Mundial.No livro, ela conta que fez greves estratégicas, tentou retirar as moedas de circulação, divulgou em jornais as ações do movimento e suas conseqüências até ser presa. Ao ser capturada e mandada para um campo de concentração, ela viveu os horrores da guerra e nem assim desistiu de se opor aos alemães. Lutou com todas suas forças e venceu.Hoje sua história chega para divulgar as crueldades da guerra e também mostrar que, lutar pela vida e pela liberdade, vale a pena.
sábado, 12 de setembro de 2009
BLOG
Queridos, gostaria que vocês visitassem meu novo blog - Palavras que encantam. O endereço é: http://hevimay.blogspot.com. Ao acessarem o blog, postem comentários ou deixem recadinhos.
Conto com a participação de vocês, pois é uma das tarefas do curso que estou fazendo - Tecnologias Educacionais Inclusivas. Bjo
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
PRAZO PARA REALIZAÇÃO DA ATIVIDADE
Vcs tem até o dia 08/09 para responder a atividade. Dessa vez não aceitarei comentário com linguagem descuidada. O ambiente é virtual, mas terão que usar a norma culta. Sucesso!
QUESTÃO A SER COMENTADA
Queridos, por favor tentem cumprir o prazo determinado na atividade.
"Para um artista militante, sua função não é exclusivamente produzir uma obra de arte esteticamente válida, mas, e sobretudo, realizar uma obra que contenha um sentido revolucionário do ponto de vista social. Sua posição consiste em afirmar não unicamente o caráter ideológico da obra literária, mas, e principalmente, em afirmar a necessidade de que ela atue como veículo de conscientização e de esclarecimento do público." (FANTINATI, Carlos Erivany. O profeta e o escrivão: estudo sobre Lima Barreto. São Paulo: Hucitec, 1978. p. 3.)
Com base no texto transcrito e nas discussões sobre o escritor Lima Barreto, escreva um comentário, fazewndo uma relação entre o pensamento de Carlos Erivany Fantinati e o romance Recordações do escrivão Isaías Caminha.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
RECORDAÇÕES DO ESCRIVÃO ISAÍAS CAMINHA
Garotos, já enviei para o email coletivo a obra completa de Lima Barreto, "Recordações do escrivão Isaías Caminha", que será trabalhado essa unidade. Comecem já a ler. Em breve estarei postando as atividades.
Só para lembrar:
email - terceiroanoc2009@gmail.com
senha - vestibular
Bjos
Hévila
domingo, 23 de agosto de 2009
Minha Vida
Três paixões, simples, mas irresistivelmente fortes, governaram-me a vida: o anseio de amor, a busca do conhecimento e a dolorosa piedade pelo sofrimento da humanidade. Tais paixões, como grandes vendavais, impeliram-me para aqui e acolá, em curso instável, por sobre profundo oceano de angústia, chegando às raias do desespero.
Busquei, primeiro, o amor, porque ele produz êxtase - um êxtase tão grande que, não raro, eu sacrificava todo o resto da minha vida por umas poucas horas dessa alegria. Ambicionava-o, ainda, porque o amor nos liberta da solidão - essa solidão terrível através da qual a nossa trêmule percepção observa, além dos limites do mundo, esse abismo frio e exânime. Busquei-o, finalmente, porque vi na união do amor, numa miniatura mística, algo que prefigurava a visão que os santos e os poetas imaginavam. Eis o que busquei e, embora isso possa parecer demasiado bom para a vida humana, foi isso que - afinal - encontrei.
Com paixão igual, busquei o conhecimento. Eu queria compreender o coração dos homens. Gostaria de saber porque cintilam as estrelas. E procurei apreender a força pitagórica pela qual o número permanece acima do fluxo dos acontecimentos. Um pouco disto, mas não muito, eu o consegui.
Amor e conhecimento, até ao ponto em que são possíveis, conduzem para o alto, rumo ao céu. Mas a piedade sempre me trazia de volta à terra. Ecos de gritos de dor ecoavam em meu coração. Crianças famintas, vítimas torturadas por opressores, velhos desvalidos a constituir um fardo para seus filhos, e todo o mundo de solidão, pobreza e sofrimentos, convertem numa irrisão o que deveria ser a vida humana. Anseio por aliviar o mal, mas não posso, e também sofro.Eis o que tem sido a minha vida. Tenho-a considerado digna de ser vivida e, de bom grado, tornaria a vivê-la, se me fosse dada tal oportunidade.Bertrand Russell (1872-1970)
Andei sumida por uns dias, mas já estou de volta.
Queridos, para refletir:
"Os leitores extraem dos livros, consoante o seu caráter, a exemplo da abelha ou da aranha que, do suco das flores retiram, uma o mel, a outra, o veneno." (Nietzsche , Friedrich)
Queridos, para refletir:
"Os leitores extraem dos livros, consoante o seu caráter, a exemplo da abelha ou da aranha que, do suco das flores retiram, uma o mel, a outra, o veneno." (Nietzsche , Friedrich)
segunda-feira, 20 de julho de 2009
“Um dia a maioria de nós irá se separar. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos...
Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... do companheirismo vivido... Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre...
Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... nos e-mails trocados...
Podemos nos telefonar... conversar algumas bobagens. Aí os dias vão passar... meses... anos... até este contato tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo...
Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: Quem são aquelas pessoas? Diremos que eram nossos amigos. E... isso vai doer tanto!!! Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida!
A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente... Quando o nosso grupo estiver incompleto... nos reuniremos para um último adeus de um amigo. E entre lágrima nos abraçaremos...
Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado... E nos perderemos no tempo...
Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades... Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores... Mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!!!”
Vinicius de Moraes
Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... do companheirismo vivido... Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre...
Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... nos e-mails trocados...
Podemos nos telefonar... conversar algumas bobagens. Aí os dias vão passar... meses... anos... até este contato tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo...
Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: Quem são aquelas pessoas? Diremos que eram nossos amigos. E... isso vai doer tanto!!! Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida!
A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente... Quando o nosso grupo estiver incompleto... nos reuniremos para um último adeus de um amigo. E entre lágrima nos abraçaremos...
Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado... E nos perderemos no tempo...
Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades... Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores... Mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!!!”
Vinicius de Moraes
Mais uma vez chamo a atenção de vocês para a correção gramatical de seus comentários. Uns tiveram apuro com a escrita das palavras, porém alguns ainda estão cometendo sérios desvios ortográficos. Peço que fiquem mais atentos a essa questão. Esse deve ser um ambiente de aprendizagem de língua materna. Valeu pelas postagens. Bjos
terça-feira, 14 de julho de 2009
Queridos, vocês tem até sexta-feira, 17/07/2009, para publicar seus comentários na questão sobre a "Chinela Turca", e também para aqueles que não comentaram "Teoria do Medalhão". Por favor, tentem cumprir os prazos. Lembrem-se de que essa é uma atividade avaliativa da unidade. Conto com o empenho e a dedicação de vocês. Bjos no coração
Hévila
Para refletir:
"O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice. Colhe, pois, a sabedoria. Armazena suavidade para o amanhã." Leonardo da Vinci
sábado, 4 de julho de 2009
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Meninos e meninas, alguns de vocês ainda não postaram o comentário sobre a Teoria do Medalhão, são eles: Jusciara, Maiquele, Jucilene,Jeferson, Simone, Marília e Liliane. Sugiro que o façam, pois é uma das avaliações da unidade.
Também não esqueçam que há o comentário a ser feito sobre o conto Chinela Turca. A questão já foi postada há algum tempo. Assim que retornarmos do recesso, quero os comentários postados.
Tenham um ótimo recesso. Curtam bastante e divirtam-se.
Bjos
Hévila
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Questão a ser comentada - A CHINELA TURCA
Comente o último parágrafo do conto: "Duarte acompanhou o major até à porta, respirou ainda uma vez, apalpou-se, foi até à janela. Ignora-se o que pensou durante os primeiros minutos; mas, a cabo de um quarto de hora, eis o que ele dizia consigo: — Ninfa, doce amiga, fantasia inquieta e fértil, tu me salvaste de uma ruim peça com um sonho original, substituíste-me o tédio por um pesadelo: foi um bom negócio. Um bom negócio e uma grave lição: provaste-me ainda uma vez que o melhor drama está no espectador e não no palco."
Escreva com suas palavras, não use palavras de análises ou resenhas já publicadas. Você pode basear-se nelas, mas não deve utilizar trechos para responder à questão.
quarta-feira, 3 de junho de 2009
A chinela turca
“A chinela turca”, um dos contos mais antigos do livro de Machado de Assis, realiza um diálogo com o Romantismo. Os personagens Duarte e major Lopo Alves se envolvem, cada um a sua maneira, com este universo artístico. A imaginação, nesse sentido, é elemento importante e não deve ser descartada.
Vejamos o enredo.
Lopo Alves, após assistir a uma peça ultra-romântica, resolve retomar seus interesses literários e escrever um drama. A questão central do conto é justamente o fato de Duarte ter que ouvir, a contragosto, a leitura do drama de Lopo Alves. Ou pior: abrir mão de se encontrar com Cecília, a moça dos olhos azuis, para gastar seu tempo com o major, de quem a moça era parente.
O bacharel Duarte morava em Catumbi e se preparava para ir ao Rio Comprido, onde se dava um baile em casa da viúva Meneses. Era-lhe certo que lá estaria a moça dos cabelos loiros e olhos azuis chamada Cecília. A visita do major, porém, o impede de ir e o força a ouvir um drama enfadonho. Já eram quase dez horas: Duarte procurou desviar aquele cálice de amargura; mas era difícil pedi-lo, e impossível alcançá-lo.
Consultou melancolicamente o relógio, que marcava nove horas e cinqüenta e cinco minutos, enquanto o major folheava paternalmente as cento e oitenta folhas do manuscrito. (p. 72)
É preciso dizer ainda que o drama se dividia em sete quadros e possuía o estilo romântico. A obra é dada como ultrapassada pelo bacharel: “Lopo Alves cuidava pôr por obra uma invenção, quando não fazia mais do que alinhavar as suas reminiscências”. Já a ironia machadiana traduz a irritação de Duarte: “Não é fora de propósito conjeturar que, se o major expirasse naquele momento, Duarte agradecia a morte como um benefício da Providência” (p. 72). O personagem escapa do suplício pelo sono, como o leitor descobrirá ao final do conto. A passagem do plano da realidade para o onírico é feita de forma ambígua, o que dá ao conto a característica do fantástico, no sentido em que há uma dúvida, por parte do leitor, entre o possível e o fantasmagórico. Veja a passagem: Voava o tempo, e o ouvinte já não sabia a conta dos quadros. Meia noite soara desde muito; o baile estava perdido. De repente, viu Duarte que o major enrolava outra vez o manuscrito, erguia-se, empertigava-se, cravava nele uns olhos odientos e maus, e saía arrebatadamente do gabinete.
Duarte quis chamá-lo, mas o pasmo tolhera-lhe a voz e os movimentos. Quando pôde dominar-se, ouviu o bater do tacão rijo e colérico do dramaturgo na pedra da calçada. (p. 73)
Logo em seguida, e aqui já podemos pensar no sonho de Duarte, chega-lhe a visita de um homem baixo e gordo que diz ser da polícia e afirma que o bacharel roubou uma chinela turca muito cara. O sujeito, porém, não era da polícia e logo cinco homens armados o levam para um carro e o transportam para um lugar que lhe é desconhecido. Duarte desce do carro com os olhos vendados e quando os descobre vê uma sala muito ampla e iluminada. Aos poucos o bacharel percebe que a chinela turca, que lhe será
mostrada, foi apenas um pretexto para que ele fosse levado até ali. Antes de falar com um velho, um padre lhe abençoa. Em outra sala, o velho lhe mostra uma moça que se assemelha muito com Cecília e lhe diz que fará três coisas, a saber: casar-se com ela, escrever um testamento e tomar um veneno. Também há a possibilidade de morrer com tiro de pistola.
O padre reaparece para fazer o casamento. No entanto, o homem lhe diz ao ouvido que não é padre, mas tenente do exército, e que há um meio de fugir: pular pela janela que lhes fica próxima. Duarte se atira então pela janela e inicia a sua fuga. Escapa. Entra depois em uma casa, onde um homem lia o Jornal do Comércio. Esse homem era o major Lopo Alves, que lhe declara ter finalizado a leitura do drama e pergunta o que achou. O bacharel responde que o achou excelente, com paixões fortíssimas. Eram duas horas da madrugada. Despede-se enfim do major.
O último parágrafo do conto é justamente um comentário que estabelece um paralelo entre seu sonho e a peça do major. O bacharel falava consigo: — Ninfa, doce amiga, fantasia inquieta e fértil, tu me salvaste de uma ruim peça com um sonho original, substituíste-me o tédio por um pesadelo: foi um bom negócio. Um bom negócio e uma grave lição: provaste-me ainda uma vez que o melhor drama está no espectador e não no palco. (p. 79)
Como se pode perceber, o personagem Duarte considera, no final, muito melhor ter tido um pesadelo do que ter prestado atenção na peça ruim do major. Outro paralelo pode ser estabelecido: há no conto um desejo amoroso por Cecília e, no sonho, a fuga de um casamento com uma moça semelhante. O sonho é nutrido por elementos retirados da realidade de Duarte e da peça do major. Na peça, como é dito no conto, há homens embuçados, um envenenamento, um rapto de uma moça de dezessete anos e o roubo de um testamento. É justamente a mistura dos elementos do drama com o sonho que o bacharel tem que dá ao conto essa atmosfera fantástica.
Machado de Assis, por outro lado, se dirige ao leitor ao comentar que o melhor drama está no espectador e não no palco. Ou seja, é importante que o leitor imagine e se deixe levar pelas aventuras dos personagens. Essa afirmação, que pode ser estendida para toda a obra, é muito importante para a leitura dos contos em que temos elementos fantásticos como “Uma visita de Alcibíades”, por exemplo.
(TEIXEIRA, Marcos Vinícius. Uma leitura de Papéis avulsos de Machado de Assis. In: Revista de Literatura - 2008. Belo Horizonte: Associação Pré-UFMG, 2007, p. 07-32.)
“A chinela turca”, um dos contos mais antigos do livro de Machado de Assis, realiza um diálogo com o Romantismo. Os personagens Duarte e major Lopo Alves se envolvem, cada um a sua maneira, com este universo artístico. A imaginação, nesse sentido, é elemento importante e não deve ser descartada.
Vejamos o enredo.
Lopo Alves, após assistir a uma peça ultra-romântica, resolve retomar seus interesses literários e escrever um drama. A questão central do conto é justamente o fato de Duarte ter que ouvir, a contragosto, a leitura do drama de Lopo Alves. Ou pior: abrir mão de se encontrar com Cecília, a moça dos olhos azuis, para gastar seu tempo com o major, de quem a moça era parente.
O bacharel Duarte morava em Catumbi e se preparava para ir ao Rio Comprido, onde se dava um baile em casa da viúva Meneses. Era-lhe certo que lá estaria a moça dos cabelos loiros e olhos azuis chamada Cecília. A visita do major, porém, o impede de ir e o força a ouvir um drama enfadonho. Já eram quase dez horas: Duarte procurou desviar aquele cálice de amargura; mas era difícil pedi-lo, e impossível alcançá-lo.
Consultou melancolicamente o relógio, que marcava nove horas e cinqüenta e cinco minutos, enquanto o major folheava paternalmente as cento e oitenta folhas do manuscrito. (p. 72)
É preciso dizer ainda que o drama se dividia em sete quadros e possuía o estilo romântico. A obra é dada como ultrapassada pelo bacharel: “Lopo Alves cuidava pôr por obra uma invenção, quando não fazia mais do que alinhavar as suas reminiscências”. Já a ironia machadiana traduz a irritação de Duarte: “Não é fora de propósito conjeturar que, se o major expirasse naquele momento, Duarte agradecia a morte como um benefício da Providência” (p. 72). O personagem escapa do suplício pelo sono, como o leitor descobrirá ao final do conto. A passagem do plano da realidade para o onírico é feita de forma ambígua, o que dá ao conto a característica do fantástico, no sentido em que há uma dúvida, por parte do leitor, entre o possível e o fantasmagórico. Veja a passagem: Voava o tempo, e o ouvinte já não sabia a conta dos quadros. Meia noite soara desde muito; o baile estava perdido. De repente, viu Duarte que o major enrolava outra vez o manuscrito, erguia-se, empertigava-se, cravava nele uns olhos odientos e maus, e saía arrebatadamente do gabinete.
Duarte quis chamá-lo, mas o pasmo tolhera-lhe a voz e os movimentos. Quando pôde dominar-se, ouviu o bater do tacão rijo e colérico do dramaturgo na pedra da calçada. (p. 73)
Logo em seguida, e aqui já podemos pensar no sonho de Duarte, chega-lhe a visita de um homem baixo e gordo que diz ser da polícia e afirma que o bacharel roubou uma chinela turca muito cara. O sujeito, porém, não era da polícia e logo cinco homens armados o levam para um carro e o transportam para um lugar que lhe é desconhecido. Duarte desce do carro com os olhos vendados e quando os descobre vê uma sala muito ampla e iluminada. Aos poucos o bacharel percebe que a chinela turca, que lhe será
mostrada, foi apenas um pretexto para que ele fosse levado até ali. Antes de falar com um velho, um padre lhe abençoa. Em outra sala, o velho lhe mostra uma moça que se assemelha muito com Cecília e lhe diz que fará três coisas, a saber: casar-se com ela, escrever um testamento e tomar um veneno. Também há a possibilidade de morrer com tiro de pistola.
O padre reaparece para fazer o casamento. No entanto, o homem lhe diz ao ouvido que não é padre, mas tenente do exército, e que há um meio de fugir: pular pela janela que lhes fica próxima. Duarte se atira então pela janela e inicia a sua fuga. Escapa. Entra depois em uma casa, onde um homem lia o Jornal do Comércio. Esse homem era o major Lopo Alves, que lhe declara ter finalizado a leitura do drama e pergunta o que achou. O bacharel responde que o achou excelente, com paixões fortíssimas. Eram duas horas da madrugada. Despede-se enfim do major.
O último parágrafo do conto é justamente um comentário que estabelece um paralelo entre seu sonho e a peça do major. O bacharel falava consigo: — Ninfa, doce amiga, fantasia inquieta e fértil, tu me salvaste de uma ruim peça com um sonho original, substituíste-me o tédio por um pesadelo: foi um bom negócio. Um bom negócio e uma grave lição: provaste-me ainda uma vez que o melhor drama está no espectador e não no palco. (p. 79)
Como se pode perceber, o personagem Duarte considera, no final, muito melhor ter tido um pesadelo do que ter prestado atenção na peça ruim do major. Outro paralelo pode ser estabelecido: há no conto um desejo amoroso por Cecília e, no sonho, a fuga de um casamento com uma moça semelhante. O sonho é nutrido por elementos retirados da realidade de Duarte e da peça do major. Na peça, como é dito no conto, há homens embuçados, um envenenamento, um rapto de uma moça de dezessete anos e o roubo de um testamento. É justamente a mistura dos elementos do drama com o sonho que o bacharel tem que dá ao conto essa atmosfera fantástica.
Machado de Assis, por outro lado, se dirige ao leitor ao comentar que o melhor drama está no espectador e não no palco. Ou seja, é importante que o leitor imagine e se deixe levar pelas aventuras dos personagens. Essa afirmação, que pode ser estendida para toda a obra, é muito importante para a leitura dos contos em que temos elementos fantásticos como “Uma visita de Alcibíades”, por exemplo.
(TEIXEIRA, Marcos Vinícius. Uma leitura de Papéis avulsos de Machado de Assis. In: Revista de Literatura - 2008. Belo Horizonte: Associação Pré-UFMG, 2007, p. 07-32.)
A Chinela Turca (Conto de Papéis Avulsos), de Machado de Assis
Este conto de Machado de Assis foi publicado, pela primeira vez, na Época, nº 1, de 14 de novembro de 1875.
Este conto de Machado de Assis foi publicado, pela primeira vez, na Época, nº 1, de 14 de novembro de 1875.
A Chinela Turca, além de um texto enriquecedor por fazer uso de uma linguagem agradável, com certa dose de humor, expressa a língua magnífica, que deve ser sempre instrumento de reflexão. Sabe-se que o texto foi escrito no século dezenove e mantém as características próprias da época. O texto é uma ficção, o fictício se completa com o imaginário, num desnudamento das relações intra textuais, relativizadas no contexto do leitor.A relação do real com o fictício e o imaginário apresenta uma propriedade fundamental do texto ficcional. Quando a realidade repetida no fingir se transforma em signo, ocorre uma transgressão de sua determinação. Daí o ato de fingir ser uma transgressão de limites. Nisso se expressa sua aliança com o imaginário.
Em A chinela turca é por intermédio da visão que a “realidade” se confunde com o sonho. As transições são calcadas na visão. Assim, a passagem da “realidade” ao sonho: “De repente, viu Duarte que o major enrolava outra vez o manuscrito, [...]”. E a passagem do sonho à “realidade”: “Fitou os olhos no homem. Era o major Lopo Alves. O major, empunhando a folha, cujas dimensões iam-se tornando extremamente exíguas, exclamou [...]”.Machado de Assis distingue-se de outros autores por apresentar vazios para que o leitor possa se apropriar desses espaços transformando-se em co-autor, sem que este mesmo leitor se perca do caminho traçado pelo autor.O fictício é a vertente intencional do autor, a obra que ele apresenta para o leitor. Esta vertente se torna contexto para a vertente do imaginário, vertente espontânea. Estabelece-se o jogo, um espaço de troca, de expectativas, de suspense, de interação. É no fingir que emerge um imaginário que se relaciona com a realidade do texto. O autor seleciona fatos, personagens, lugares e combina todos estes elementos constituindo ações, transgressões intratextuais, rompe com os limites do próprio texto, permitindo que o leitor crie a partir destas situações, outras tantas que caracterizam o imaginário do leitor.
A história se passa na cidade do Rio de Janeiro, no ano de 1850. O bacharel Duarte prepara-se para ir a um baile, onde encontrará uma jovem com quem está a namorar há pouco tempo, quando lhe anunciam a visita do major Lopo Alves, velho amigo da família. Causa-lhe horror a visita àquela hora. O major vem lhe dar a notícia de que acabara de escrever um drama. O bacharel custa a crer que isso realmente estava acontecendo com ele, naquela hora da noite, só pensava em Cecília. Empalideceu quando viu o major abrir o rolo que trazia, seria breve na leitura, afinal não passava o drama de cento e oitenta folhas manuscritas. O major começou a leitura, o bacharel mergulhou o corpo e o desespero numa vasta poltrona de marroquim, resoluto a não dizer palavra para ir mais depressa ao termo.O drama dividia-se em sete quadros. Os sentimentos do bacharel não faziam crer tamanha ferocidade; mas a leitura de um mau livro é capaz de produzir fenômenos ainda mais espantosos.
Neste momento o escritor está preparando o leitor para viver o imaginário que a partir deste ponto da obra vai ser criado pelo bacharel.
Voava o tempo, e o ouvinte já não sabia a conta dos quadros... De repente, viu Duarte que o major enrolava outra vez o manuscrito, erguia-se, empertigava-se, cravava nele uns olhos odiendos e maus, e saía arrebatadamente do gabinete... autor e drama tinham desaparecido. Por que não fez ele isso há mais tempo?
Mal tem tempo de suspirar com alegria, quando o empregado vem anunciar-lhe outra visita. Era a polícia!Era acusado de furtar uma chinela turca, preciosa. Duarte suspeitou que o homem fosse doido ou um ladrão. Não teve tempo de examinar a suspeita, viu entrar cinco homens armados, que lhe levaram. Meteram-no à força em um carro e partiram.
No carro, os homens confirmam as suspeitas de Duarte, eles não eram da polícia. Chegaram a uma bela casa. Duarte já achava que a chinela vinha a ser pura metáfora; tratava-se do coração de Cecília, que ele roubara, delito de que o queria punir o já imaginado rival. Na casa um homem misterioso apresenta-lhe uma linda moça, muito parecida com Cecília. O homem diz-lhe que três coisas Duarte vai fazer: casar, escrever o seu testamento; e engolir certa droga do Levante...
Possuía uma pequena fortuna, deixaria tudo para a moça e depois morreria. Não, não se casaria.Ao ser chamado, entra um padre, que olha para ele de modo esquisito. Num momento de distração, o padre revela-lhe que era tenente do exército e que ele deveria pular a janela e fugir.
Duarte não hesitou, pulou a Deus misericórdia por ali abaixo. Deu com um segurança, fechou os punhos e bateu com eles violentamente nos peitos do homem e deitou a correr. O homem não caiu. Começou então uma carreira vertiginosa.Cansado, ferido, ofegante, caiu nos degraus de pedra de uma casa. Um homem que ali estava, lendo um número de Jornal do Comércio, pareceu não o ter visto entrar. Duarte fitou os olhos no homem. Era o major Lopo Alves.O major exclamou repentinamente: Fim do último quadro.
Duarte olhou para ele, esfregou os olhos, respirou à larga. O major pergunta-lhe “Que tal lhe parece?” “Ah! Excelente!” Respondeu o bacharel, levantando-se. “Paixões fortes, não?” Pergunta-lhe o Major. “Fortíssimas”, responde Duarte.O Major despediu-se, eram duas horas. Duarte respirou fundo, foi até a janela e disse para si mesmo: - “Ninfa, doce amiga, fantasia inquieta e fértil, tu me salvaste de uma ruim peça com um sonho original, substituíste-me o tédio por um pesadelo: foi um bom negócio. Um negócio e uma grave lição: provaste-me que muitas vezes o melhor drama está no espectador e não no palco.”
Em A chinela turca é por intermédio da visão que a “realidade” se confunde com o sonho. As transições são calcadas na visão. Assim, a passagem da “realidade” ao sonho: “De repente, viu Duarte que o major enrolava outra vez o manuscrito, [...]”. E a passagem do sonho à “realidade”: “Fitou os olhos no homem. Era o major Lopo Alves. O major, empunhando a folha, cujas dimensões iam-se tornando extremamente exíguas, exclamou [...]”.Machado de Assis distingue-se de outros autores por apresentar vazios para que o leitor possa se apropriar desses espaços transformando-se em co-autor, sem que este mesmo leitor se perca do caminho traçado pelo autor.O fictício é a vertente intencional do autor, a obra que ele apresenta para o leitor. Esta vertente se torna contexto para a vertente do imaginário, vertente espontânea. Estabelece-se o jogo, um espaço de troca, de expectativas, de suspense, de interação. É no fingir que emerge um imaginário que se relaciona com a realidade do texto. O autor seleciona fatos, personagens, lugares e combina todos estes elementos constituindo ações, transgressões intratextuais, rompe com os limites do próprio texto, permitindo que o leitor crie a partir destas situações, outras tantas que caracterizam o imaginário do leitor.
A história se passa na cidade do Rio de Janeiro, no ano de 1850. O bacharel Duarte prepara-se para ir a um baile, onde encontrará uma jovem com quem está a namorar há pouco tempo, quando lhe anunciam a visita do major Lopo Alves, velho amigo da família. Causa-lhe horror a visita àquela hora. O major vem lhe dar a notícia de que acabara de escrever um drama. O bacharel custa a crer que isso realmente estava acontecendo com ele, naquela hora da noite, só pensava em Cecília. Empalideceu quando viu o major abrir o rolo que trazia, seria breve na leitura, afinal não passava o drama de cento e oitenta folhas manuscritas. O major começou a leitura, o bacharel mergulhou o corpo e o desespero numa vasta poltrona de marroquim, resoluto a não dizer palavra para ir mais depressa ao termo.O drama dividia-se em sete quadros. Os sentimentos do bacharel não faziam crer tamanha ferocidade; mas a leitura de um mau livro é capaz de produzir fenômenos ainda mais espantosos.
Neste momento o escritor está preparando o leitor para viver o imaginário que a partir deste ponto da obra vai ser criado pelo bacharel.
Voava o tempo, e o ouvinte já não sabia a conta dos quadros... De repente, viu Duarte que o major enrolava outra vez o manuscrito, erguia-se, empertigava-se, cravava nele uns olhos odiendos e maus, e saía arrebatadamente do gabinete... autor e drama tinham desaparecido. Por que não fez ele isso há mais tempo?
Mal tem tempo de suspirar com alegria, quando o empregado vem anunciar-lhe outra visita. Era a polícia!Era acusado de furtar uma chinela turca, preciosa. Duarte suspeitou que o homem fosse doido ou um ladrão. Não teve tempo de examinar a suspeita, viu entrar cinco homens armados, que lhe levaram. Meteram-no à força em um carro e partiram.
No carro, os homens confirmam as suspeitas de Duarte, eles não eram da polícia. Chegaram a uma bela casa. Duarte já achava que a chinela vinha a ser pura metáfora; tratava-se do coração de Cecília, que ele roubara, delito de que o queria punir o já imaginado rival. Na casa um homem misterioso apresenta-lhe uma linda moça, muito parecida com Cecília. O homem diz-lhe que três coisas Duarte vai fazer: casar, escrever o seu testamento; e engolir certa droga do Levante...
Possuía uma pequena fortuna, deixaria tudo para a moça e depois morreria. Não, não se casaria.Ao ser chamado, entra um padre, que olha para ele de modo esquisito. Num momento de distração, o padre revela-lhe que era tenente do exército e que ele deveria pular a janela e fugir.
Duarte não hesitou, pulou a Deus misericórdia por ali abaixo. Deu com um segurança, fechou os punhos e bateu com eles violentamente nos peitos do homem e deitou a correr. O homem não caiu. Começou então uma carreira vertiginosa.Cansado, ferido, ofegante, caiu nos degraus de pedra de uma casa. Um homem que ali estava, lendo um número de Jornal do Comércio, pareceu não o ter visto entrar. Duarte fitou os olhos no homem. Era o major Lopo Alves.O major exclamou repentinamente: Fim do último quadro.
Duarte olhou para ele, esfregou os olhos, respirou à larga. O major pergunta-lhe “Que tal lhe parece?” “Ah! Excelente!” Respondeu o bacharel, levantando-se. “Paixões fortes, não?” Pergunta-lhe o Major. “Fortíssimas”, responde Duarte.O Major despediu-se, eram duas horas. Duarte respirou fundo, foi até a janela e disse para si mesmo: - “Ninfa, doce amiga, fantasia inquieta e fértil, tu me salvaste de uma ruim peça com um sonho original, substituíste-me o tédio por um pesadelo: foi um bom negócio. Um negócio e uma grave lição: provaste-me que muitas vezes o melhor drama está no espectador e não no palco.”
Texto extraído:http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas
Olá, meus anjos, andei sumida por uns dias. Estive doente. Não sei se uma dengue disfarçada de virose ou se uma virose com aparência de dengue. Mas já estou melhor e de volta. Quero que saibam que estou muito satisfeita com as visitas e os comentários postados. Bom saber que vocês aderiram a minha proposta. Vou deixar uma nova questão, agora sobre o conto "Chinela turca". Por favor postem os comentários no local apropriado. Fiquem atentos a isso. Bjo no coração de todos.
Hévila
Hévila
quarta-feira, 27 de maio de 2009
QUIZ Teoria do Medalhão
Meninos e meninas, mais um teste pra vcs. Quiz sobre A Teoria do Medalhão. Vamos jogar!!!
http://www.quizyourfriends.com/take-quiz.php?id=0905270915583255&a=1&
http://www.quizyourfriends.com/take-quiz.php?id=0905270915583255&a=1&
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Queridos,
Muito bom o acesso e o cuidado de vocês com o nosso ambiente virtual de aprendizagem. Peço apenas que tenham atenção à escrita das palavras, pois embora haja o internetês e esse espaço seja virtual, devemos lembrar que estamos construindo e produzindo conhecimento.
Valeu a atenção de todos.
Ainda aguardo a visita dos demais.
Bjos
Hévila
Muito bom o acesso e o cuidado de vocês com o nosso ambiente virtual de aprendizagem. Peço apenas que tenham atenção à escrita das palavras, pois embora haja o internetês e esse espaço seja virtual, devemos lembrar que estamos construindo e produzindo conhecimento.
Valeu a atenção de todos.
Ainda aguardo a visita dos demais.
Bjos
Hévila
sábado, 16 de maio de 2009
Vamos jogar? Quero ver os acertos.
http://www.quizyourfriends.com/take-quiz.php?id=0905161422348257&a=2&
http://www.quizyourfriends.com/take-quiz.php?id=0905161422348257&a=2&
EMAIL COLETIVO
Criei um e mail coletivo para que todos possam ter acesso às obras que serão estudadas. Já enviei o novo conto Chinela turca como a obra, na íntegra, Papeis Avulsos. Por favor visitem o blog e o email.
Anotem:
terceiroanoc2009@gmail.com
Senha - vestibular
Façam bom proveito dessas ferramentas que coloco à disposição de cada um de vocês.
Bjo
Hevila
Anotem:
terceiroanoc2009@gmail.com
Senha - vestibular
Façam bom proveito dessas ferramentas que coloco à disposição de cada um de vocês.
Bjo
Hevila
sexta-feira, 15 de maio de 2009
TEORIA DO MEDALHÃO
RESUMO
ASSIS, Machado. Teoria do Medalhão.
É a história de um pai que após um jantar de aniversário de seu filho o chama para conversar. Tratam sobre o futuro do filho e o pai começa a aconselhá-lo que para garantir que o esforço dele durante toda a vida seja recompensado, ele deve além de sua profissão cultivar o "ofício" de medalhão.
O ofício requer uma pessoa que não pense muito, não tenha idéias próprias, que viva para ser popular e chamar a atenção. Esse ofício requer uma pessoa que quer ter o nome lembrado, mas sem muitos esforços, parecendo ser culto, sábio, que agrada a todos, simpático, quando na verdade não é. Para isso não se deve ter idéias que divirjam das demais, ser conivente com a maioria das pessoas, ser tido como necessário em todos lugares, eventos sociais e festas.
O pai aconselha-o de diversas formas sobre como não ter idéias próprias, como passear sempre acompanhado, ir em livrarias apenas para contar piadas ou acontecimentos do dia, saber das idéias já pensadas na filosofia e sobre as ciências, mas impedir que algumas dessas idéias influenciem para reflexões ou mudar seu pensamento. É importante apenas ter fama de ser sábio, sem necessariamente o ser.
Enfim, ser um "medalhão" é ser uma figura considerada na cidade, respeitada, querida pela maioria das pessoas. Isto para ser lembrando durante a vida e depois da morte também.
ASSIS, Machado. Teoria do Medalhão.
É a história de um pai que após um jantar de aniversário de seu filho o chama para conversar. Tratam sobre o futuro do filho e o pai começa a aconselhá-lo que para garantir que o esforço dele durante toda a vida seja recompensado, ele deve além de sua profissão cultivar o "ofício" de medalhão.
O ofício requer uma pessoa que não pense muito, não tenha idéias próprias, que viva para ser popular e chamar a atenção. Esse ofício requer uma pessoa que quer ter o nome lembrado, mas sem muitos esforços, parecendo ser culto, sábio, que agrada a todos, simpático, quando na verdade não é. Para isso não se deve ter idéias que divirjam das demais, ser conivente com a maioria das pessoas, ser tido como necessário em todos lugares, eventos sociais e festas.
O pai aconselha-o de diversas formas sobre como não ter idéias próprias, como passear sempre acompanhado, ir em livrarias apenas para contar piadas ou acontecimentos do dia, saber das idéias já pensadas na filosofia e sobre as ciências, mas impedir que algumas dessas idéias influenciem para reflexões ou mudar seu pensamento. É importante apenas ter fama de ser sábio, sem necessariamente o ser.
Enfim, ser um "medalhão" é ser uma figura considerada na cidade, respeitada, querida pela maioria das pessoas. Isto para ser lembrando durante a vida e depois da morte também.
Questão a ser comentada
Após ler o conto, comente com suas palavras o que seria o medalhão? (mínimo 5 linhas) O comentário deve fazer referência à história do conto e ao estilo de Machado de Assis.
quinta-feira, 7 de maio de 2009
A loucura já foi tema de muitos textos. Aí vai um exemplo de uma canção dos grupo Os Mutantes, composta em 1986.
Balada Do Louco
Os Mutantes
Composição: Arnaldo Baptista / Rita Lee
Dizem que sou louco por pensar assim
Se eu sou muito louco por eu ser feliz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Se eles são bonitos, sou Alain Delon
Se eles são famosos, sou Napoleão
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu
Se eles têm três carros, eu posso voar
Se eles rezam muito, eu já estou no céu
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu
Sim sou muito louco, não vou me curar
Já não sou o único que encontrou a paz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, eu sou feliz
Balada Do Louco
Os Mutantes
Composição: Arnaldo Baptista / Rita Lee
Dizem que sou louco por pensar assim
Se eu sou muito louco por eu ser feliz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Se eles são bonitos, sou Alain Delon
Se eles são famosos, sou Napoleão
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu
Se eles têm três carros, eu posso voar
Se eles rezam muito, eu já estou no céu
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu
Sim sou muito louco, não vou me curar
Já não sou o único que encontrou a paz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, eu sou feliz
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Papéis avulsos é um livro de contos do escritor Machado de Assis, lançado em 1882. Foi o terceiro livro publicado por Machado de Assis.
Contos do livro
Advertência — Machado avisa que apesar de serem contos separados há pontos comuns.
O alienista
Teoria do Medalhão — narrado como um diálogo entre pai e filho.
A chinela turca — um homem preso em um diálogo tedioso começa a se imaginar em uma narrativa fantástica.
Na arca — narrado como uma escritura, com versículos. Os filhos de Noé, Sem, Jafé e Cam discutem sobre como dividir a terra após o Dilúvio.
D. Benedita
O Segredo do Bonzo — narrado como um relato de um desbravador, Fernão Mendes Pinto, que visita o reino de Bungo e descobre o milagroso Bonzo Pomada, capaz de convencer outras pessoas.
O anel de Polícrates — narrado como um diálogo entre transeuntes.
O empréstimo — narrado como anedota.
A Sereníssima República — narrado como um texto científico, descrevendo a "política das aranhas".
O Espelho (conto)
Uma Visita de Alcibíades — narrado como uma carta, em que um chefe de polícia descreve como o general grego Alcibíades apareceu em sua casa.
Verba testamentária — a história de um homem que nunca aceitava ser inferior, Nicolau B
Extraido : wikipédia.
Contos do livro
Advertência — Machado avisa que apesar de serem contos separados há pontos comuns.
O alienista
Teoria do Medalhão — narrado como um diálogo entre pai e filho.
A chinela turca — um homem preso em um diálogo tedioso começa a se imaginar em uma narrativa fantástica.
Na arca — narrado como uma escritura, com versículos. Os filhos de Noé, Sem, Jafé e Cam discutem sobre como dividir a terra após o Dilúvio.
D. Benedita
O Segredo do Bonzo — narrado como um relato de um desbravador, Fernão Mendes Pinto, que visita o reino de Bungo e descobre o milagroso Bonzo Pomada, capaz de convencer outras pessoas.
O anel de Polícrates — narrado como um diálogo entre transeuntes.
O empréstimo — narrado como anedota.
A Sereníssima República — narrado como um texto científico, descrevendo a "política das aranhas".
O Espelho (conto)
Uma Visita de Alcibíades — narrado como uma carta, em que um chefe de polícia descreve como o general grego Alcibíades apareceu em sua casa.
Verba testamentária — a história de um homem que nunca aceitava ser inferior, Nicolau B
Extraido : wikipédia.
domingo, 26 de abril de 2009
Português na África
O português na África
Em Angola e Moçambique, onde o português se implantou mais fortemente como língua falada, ao lado de numerosas línguas indígenas, fala-se um português bastante puro, embora com alguns traços próprios, em geral arcaísmos ou dialetalismos lusitanos semelhantes aos encontrados no Brasil. A influência das línguas negras sobre o português de Angola e Moçambique foi muito leve, podendo dizer-se que abrange somente o léxico local.Nos demais países africanos de língua oficial portuguesa, o português é utilizado na administração, no ensino, na imprensa e nas relações internacionais. Nas situações da vida cotidiana são utilizadas também línguas nacionais ou crioulos de origem portuguesa. Em alguns países verificou-se o surgimento de mais de um crioulo, sendo eles entretanto compreensíveis entre si.Essa convivência com línguas locais vem causando um distanciamento entre o português regional desses países e a língua portuguesa falada na Europa, aproximando-se em muitos casos do português falado no Brasil.
Angola
Em 1983, 60% dos moradores declararam que o português era sua língua materna. A língua oficial convive com várias outras línguas nacionais, como o quicongo, o quimbundo, o umbundu, o chocue, o mbundo (ou ovimbundo) e o oxikuanyama.
Cabo Verde
Falam-se crioulos que mesclam o português arcaico a línguas africanas. Os crioulos dividem-se em dois grandes grupos: os das ilhas de Barlavento, ao norte, e os das ilhas de Sotavento, ao sul.
Guiné Bissau
Em 1983, 44% da população falava crioulos de base portuguesa, 11% falava o português e o restante, inúmeras línguas africanas. O crioulo da Guiné-Bissau possui dois dialetos, o de Bissau e o de Cacheu, no norte do país.
Moçambique
O português é a língua oficial falada por 25% da população, mas apenas 1,2% a considera como língua materna. A maioria da população fala línguas do grupo banto.
São Tomé e Príncipe
Em São Tomé fala-se o forro e o moncó (línguas locais), além do português. O forro era a língua falada pela população mestiça e livre das cidades. No século XVI, naufragou perto da ilha um barco de escravos angolanos, muitos dos quais conseguiram nadar até a ilha e formar um grupo étnico a parte. Este grupo fala o moncó, um outro crioulo de base portuguesa mas com mais termos de origem banta. Há cerca 78% de semelhanças entre o forro (ou são-tomense) e o moncó (ou angolar).Existe também o português de São Tomé, que guarda muitos traços do português arcaico na pronúncia, no léxico e até na construção sintática. Era a língua falada pela população culta, pela classe média e pelos donos de propriedades. Atualmente, é o português falado pela população em geral, enquanto que a classe política e a alta sociedade utilizam o português europeu padrão, muitas vezes aprendido durante os estudos feitos em Portugal.
A ilha do Príncipe fala o principense, um outro crioulo de base portuguesa, que se pode considerar como um dialeto do crioulo são-tomense
Outras regiões
A influência portuguesa na África deu-se também em algumas outras regiões isoladas, muitas vezes levando à aparição de crioulos de base portuguesa:
Ano Bom, na Guiné Equatorial.Em Ano Bom, uma ilha a 400 km ao sul de São Tomé, fala-se o ano-bonense, bastante similar ao são-tomense. Tal fato explica-se por haver sido a ilha povoada por escravos vindos de São Tomé.
Casamança, no Senegal. O crioulo de Casamança só se fala na capital, Ziguinchor, uma cidade fundada por portugueses (seu nome deriva da expressão portuguesa cheguei e chorei). Está na órbita lexical do crioulo de Cacheu, na Guiné-Bissau.
Em Angola e Moçambique, onde o português se implantou mais fortemente como língua falada, ao lado de numerosas línguas indígenas, fala-se um português bastante puro, embora com alguns traços próprios, em geral arcaísmos ou dialetalismos lusitanos semelhantes aos encontrados no Brasil. A influência das línguas negras sobre o português de Angola e Moçambique foi muito leve, podendo dizer-se que abrange somente o léxico local.Nos demais países africanos de língua oficial portuguesa, o português é utilizado na administração, no ensino, na imprensa e nas relações internacionais. Nas situações da vida cotidiana são utilizadas também línguas nacionais ou crioulos de origem portuguesa. Em alguns países verificou-se o surgimento de mais de um crioulo, sendo eles entretanto compreensíveis entre si.Essa convivência com línguas locais vem causando um distanciamento entre o português regional desses países e a língua portuguesa falada na Europa, aproximando-se em muitos casos do português falado no Brasil.
Angola
Em 1983, 60% dos moradores declararam que o português era sua língua materna. A língua oficial convive com várias outras línguas nacionais, como o quicongo, o quimbundo, o umbundu, o chocue, o mbundo (ou ovimbundo) e o oxikuanyama.
Cabo Verde
Falam-se crioulos que mesclam o português arcaico a línguas africanas. Os crioulos dividem-se em dois grandes grupos: os das ilhas de Barlavento, ao norte, e os das ilhas de Sotavento, ao sul.
Guiné Bissau
Em 1983, 44% da população falava crioulos de base portuguesa, 11% falava o português e o restante, inúmeras línguas africanas. O crioulo da Guiné-Bissau possui dois dialetos, o de Bissau e o de Cacheu, no norte do país.
Moçambique
O português é a língua oficial falada por 25% da população, mas apenas 1,2% a considera como língua materna. A maioria da população fala línguas do grupo banto.
São Tomé e Príncipe
Em São Tomé fala-se o forro e o moncó (línguas locais), além do português. O forro era a língua falada pela população mestiça e livre das cidades. No século XVI, naufragou perto da ilha um barco de escravos angolanos, muitos dos quais conseguiram nadar até a ilha e formar um grupo étnico a parte. Este grupo fala o moncó, um outro crioulo de base portuguesa mas com mais termos de origem banta. Há cerca 78% de semelhanças entre o forro (ou são-tomense) e o moncó (ou angolar).Existe também o português de São Tomé, que guarda muitos traços do português arcaico na pronúncia, no léxico e até na construção sintática. Era a língua falada pela população culta, pela classe média e pelos donos de propriedades. Atualmente, é o português falado pela população em geral, enquanto que a classe política e a alta sociedade utilizam o português europeu padrão, muitas vezes aprendido durante os estudos feitos em Portugal.
A ilha do Príncipe fala o principense, um outro crioulo de base portuguesa, que se pode considerar como um dialeto do crioulo são-tomense
Outras regiões
A influência portuguesa na África deu-se também em algumas outras regiões isoladas, muitas vezes levando à aparição de crioulos de base portuguesa:
Ano Bom, na Guiné Equatorial.Em Ano Bom, uma ilha a 400 km ao sul de São Tomé, fala-se o ano-bonense, bastante similar ao são-tomense. Tal fato explica-se por haver sido a ilha povoada por escravos vindos de São Tomé.
Casamança, no Senegal. O crioulo de Casamança só se fala na capital, Ziguinchor, uma cidade fundada por portugueses (seu nome deriva da expressão portuguesa cheguei e chorei). Está na órbita lexical do crioulo de Cacheu, na Guiné-Bissau.
sexta-feira, 24 de abril de 2009
ANÁLISE O ALIENISTA
Características de Machado de Assis encontradas no conto O Alienista
1. Frases Curtas.
2. Linguagem correta.
3. Conversa com o Leitor.
4. Análise psicológica das personagens
Casa de Orates -
"Casa de Loucos". E, aparentemente, ele deseja servir à ciência. Porém, por trás dos atos aparentemente bons, surpreende-se a intenção verdadeira de Bacamarte:atingir a glória e ser a pessoa mais importante de Itaguaí. É Machado desmascarando a hipocrisia humana.
O objetivo de Simão Bacamarte -
Conhecer as fronteiras entre a razão e a loucura. Na realidade, ele pretendia buscara glória, através de um estudo da patologia cerebral.Obs.: através de Bacamarte, Machado de Assis critica os cientistas da época, que, para ele, não tinham os conhecimentos suficientes e necessários. Esse conhecimento era bazófia (da boca para fora).
Simão Bacamarte e o sanatório -
A aprovação cessa quando Simão Bacamarte recolhe, na Casa Verde, pessoas em cuja loucura a população não acredita. Para Simão Bacamarte, o homem é considerado um caso que deve ser analisado cientificamente.Obs.: Machado de Assis critica a postura cientificista que não vê o ser humano na sua integridade corpo x alma.
As teorias de Simão Bacamarte
Teoria 1: são loucos aqueles que apresentarem um comportamento anormal de acordo com o conhecimento da maioria.
Teoria 2: ampliou o território da loucura: "A razão é o perfeito equilíbrio de todas as faculdades, fora daí, insânia, insânia e só insânia."
Teoria 3: os loucos agora são os leais, os justos, os honestos e imparciais. Dizia que se devia admitir como normal o desequilíbrio das faculdades e como patológico,o seu equilíbrio.
Teoria 4: o único ser perfeito de Itaguaí era o próprio Simão Bacamarte. Logo, somente ele deveria ir para a Casa Verde.
Extraído: http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/o/o_alienista_conto
1. Frases Curtas.
2. Linguagem correta.
3. Conversa com o Leitor.
4. Análise psicológica das personagens
Casa de Orates -
"Casa de Loucos". E, aparentemente, ele deseja servir à ciência. Porém, por trás dos atos aparentemente bons, surpreende-se a intenção verdadeira de Bacamarte:atingir a glória e ser a pessoa mais importante de Itaguaí. É Machado desmascarando a hipocrisia humana.
O objetivo de Simão Bacamarte -
Conhecer as fronteiras entre a razão e a loucura. Na realidade, ele pretendia buscara glória, através de um estudo da patologia cerebral.Obs.: através de Bacamarte, Machado de Assis critica os cientistas da época, que, para ele, não tinham os conhecimentos suficientes e necessários. Esse conhecimento era bazófia (da boca para fora).
Simão Bacamarte e o sanatório -
A aprovação cessa quando Simão Bacamarte recolhe, na Casa Verde, pessoas em cuja loucura a população não acredita. Para Simão Bacamarte, o homem é considerado um caso que deve ser analisado cientificamente.Obs.: Machado de Assis critica a postura cientificista que não vê o ser humano na sua integridade corpo x alma.
As teorias de Simão Bacamarte
Teoria 1: são loucos aqueles que apresentarem um comportamento anormal de acordo com o conhecimento da maioria.
Teoria 2: ampliou o território da loucura: "A razão é o perfeito equilíbrio de todas as faculdades, fora daí, insânia, insânia e só insânia."
Teoria 3: os loucos agora são os leais, os justos, os honestos e imparciais. Dizia que se devia admitir como normal o desequilíbrio das faculdades e como patológico,o seu equilíbrio.
Teoria 4: o único ser perfeito de Itaguaí era o próprio Simão Bacamarte. Logo, somente ele deveria ir para a Casa Verde.
Extraído: http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/o/o_alienista_conto
CONT ANÁLISE "O ALIENISTA"
Personagens
Dr. Simão Bacamarte - é o protagonista da estória. A ciência era o seu universo – o seu "emprego único", como diz. "Homem de Ciência, e só de Ciência, nada o consternava fora da Ciência" (p. 189). Representa bem a caricatura do depotismo cientificista do século XIX (como está no próprio sobrenome). Acabou se tornando vítima de suas próprias idéias, recolhendo-se à Casa Verde por se considerar o único cérebro bem organizado de Itaguaí.
D. Evarista - é a eleita do Dr. Bacamarte para consorte de suas glórias científicas. Embora não fosse "bonita nem simpática", o doutor a escolheu para esposa porque ela "reuni condições fisiológicas e anatômicas de primeira ordem", estando apta para dar-lhes filhos robustos, são e inteligentes". Chegou a ser recolhida à Casa Verde, certa vez, por manifestar algum desequilíbrio mental.
Crispim Soares - era o boticário. Muito amigo do Dr. Bacamarte e grande admirador de sua obra humanitária. Também passou pela Casa Verde, pois não soube "ser prudente em tempos de revolução", aderindo, momentaneamente, à causa do barbeiro.
Padre Lopes - era o vigário local. Homem de muitas virtudes, foi recolhido também à Casa Verde por isso mesmo. Depois foi posto em liberdade porque sua reverendíssima se saiu muito bem numa tradução de grego e hebraico, embora não soubesse nada dessas línguas. Foi considerado normal apesar da aureola de santo.
Porfírio, o barbeiro - sua participação no conto é das mais importantes, posto que representa a caricatura política na satírica machadiana. Representa bem a ambição de poder, quando lidera a rebelião que depôs o governo legal. Foi preso na Casa Verde duas vezes; primeiro, por Ter liderado a rebelião; segundo, porque se negou a participar de uma Segunda revolução: "preso por Ter cão, preso por não Ter cão" (pág 229). Outros figurantes aparecem no conto. Cada um representando anomalias e possíveis virtudes do ser humano. Há loucos de todos os tipos no livro. Daí a presença de tanta gente...
Extraído:http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/o/o_alienista_conto
Dr. Simão Bacamarte - é o protagonista da estória. A ciência era o seu universo – o seu "emprego único", como diz. "Homem de Ciência, e só de Ciência, nada o consternava fora da Ciência" (p. 189). Representa bem a caricatura do depotismo cientificista do século XIX (como está no próprio sobrenome). Acabou se tornando vítima de suas próprias idéias, recolhendo-se à Casa Verde por se considerar o único cérebro bem organizado de Itaguaí.
D. Evarista - é a eleita do Dr. Bacamarte para consorte de suas glórias científicas. Embora não fosse "bonita nem simpática", o doutor a escolheu para esposa porque ela "reuni condições fisiológicas e anatômicas de primeira ordem", estando apta para dar-lhes filhos robustos, são e inteligentes". Chegou a ser recolhida à Casa Verde, certa vez, por manifestar algum desequilíbrio mental.
Crispim Soares - era o boticário. Muito amigo do Dr. Bacamarte e grande admirador de sua obra humanitária. Também passou pela Casa Verde, pois não soube "ser prudente em tempos de revolução", aderindo, momentaneamente, à causa do barbeiro.
Padre Lopes - era o vigário local. Homem de muitas virtudes, foi recolhido também à Casa Verde por isso mesmo. Depois foi posto em liberdade porque sua reverendíssima se saiu muito bem numa tradução de grego e hebraico, embora não soubesse nada dessas línguas. Foi considerado normal apesar da aureola de santo.
Porfírio, o barbeiro - sua participação no conto é das mais importantes, posto que representa a caricatura política na satírica machadiana. Representa bem a ambição de poder, quando lidera a rebelião que depôs o governo legal. Foi preso na Casa Verde duas vezes; primeiro, por Ter liderado a rebelião; segundo, porque se negou a participar de uma Segunda revolução: "preso por Ter cão, preso por não Ter cão" (pág 229). Outros figurantes aparecem no conto. Cada um representando anomalias e possíveis virtudes do ser humano. Há loucos de todos os tipos no livro. Daí a presença de tanta gente...
Extraído:http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/o/o_alienista_conto
ANÁLISE "O ALIENISTA"
Estrutura da obra
Trata-se de um conto um tanto longo, estruturado em treze capítulos. Quanto à montagem, é interessante observar que Machado de Assis se fundamenta em possíveis "crônicas". Observe que, com alguma freqüência, ele se refere aos "cronistas" e às "crônicas da vila de Itaguaí" como, aliás, tem início O Alienista: "As crônicas da vila de Itaguaí dizem que em tempos remotos vivera ali um certo médico, o Dr. Simão Bacamarte, filho da nobreza da terra e o maior dos médicos do Brasil, de Portugal e das Espanhas." .
Também o fecho do conto apresenta a mesma referência: "Dizem os cronistas que ele morreu dali a dezessete meses, no mesmo estado em que entrou, sem ter podido alcançar nada".
Foco narrativo
O narrador é em 3ª pessoa, portanto, onisciente. A intenção donarrador é a análise do comportamento humano: vai além das aparências e procura atingir os motivos essenciais da conduta humana, descobrindo, no homem, o egoísmo e a vaidade. A intencionalidade crítica do narrador não se reflete somente ao ser humano de forma geral. Ele critica, também, a postura do cientista e do extremo cientificismo do final do século XIX. Conseqüentemente, o narrador termina por criticar a Escola Naturalista.
Tempo / Ação
Percebe-se que toda a história se passa no passado, havendo o uso do flash back: "As crônicas da Vila de Itaguaí dizem que, em tempos remotos, vivera ali um certo médico: o Dr. Sr. Bacamarte."O tempos remotos" a que se referem as crônicas, pelas indicações dadas, se remontam à primeira metade do século XVIII (= reinado de D. João V). A ação transcorre, como já se viu, em Itaguaí, "cidadezinha do Estado do Rio de Janeiro, comarca de Iguaçu".
Extraído: http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/o/o_alienista_conto
Trata-se de um conto um tanto longo, estruturado em treze capítulos. Quanto à montagem, é interessante observar que Machado de Assis se fundamenta em possíveis "crônicas". Observe que, com alguma freqüência, ele se refere aos "cronistas" e às "crônicas da vila de Itaguaí" como, aliás, tem início O Alienista: "As crônicas da vila de Itaguaí dizem que em tempos remotos vivera ali um certo médico, o Dr. Simão Bacamarte, filho da nobreza da terra e o maior dos médicos do Brasil, de Portugal e das Espanhas." .
Também o fecho do conto apresenta a mesma referência: "Dizem os cronistas que ele morreu dali a dezessete meses, no mesmo estado em que entrou, sem ter podido alcançar nada".
Foco narrativo
O narrador é em 3ª pessoa, portanto, onisciente. A intenção donarrador é a análise do comportamento humano: vai além das aparências e procura atingir os motivos essenciais da conduta humana, descobrindo, no homem, o egoísmo e a vaidade. A intencionalidade crítica do narrador não se reflete somente ao ser humano de forma geral. Ele critica, também, a postura do cientista e do extremo cientificismo do final do século XIX. Conseqüentemente, o narrador termina por criticar a Escola Naturalista.
Tempo / Ação
Percebe-se que toda a história se passa no passado, havendo o uso do flash back: "As crônicas da Vila de Itaguaí dizem que, em tempos remotos, vivera ali um certo médico: o Dr. Sr. Bacamarte."O tempos remotos" a que se referem as crônicas, pelas indicações dadas, se remontam à primeira metade do século XVIII (= reinado de D. João V). A ação transcorre, como já se viu, em Itaguaí, "cidadezinha do Estado do Rio de Janeiro, comarca de Iguaçu".
Extraído: http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/o/o_alienista_conto
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