DOS CRONISTAS DE 1500 AOS LOUCOS MODERNISTAS

AUTORAS:Jéssica Salomão, Lorena Cézar e Kátia.

terça-feira, 9 de julho de 2013

ANÁLISE DA OBRA "AS DORES DA SECA", DE TEREZINHA TEIXEIRA SANTOS

ANÁLISE DA OBRA AS DORES DA SECA, DE TEREZINHA TEIXEIRA SANTOS

FICHA TÉCNICA
TÍTULO: AS DORES DA SECA
AUTORA: TEREZINHA TEIXEIRA SANTOS
EDIÇÃO: 1ª E 2ª

APRECIAÇÃO LITERÁRIA

O livro “As Dores da Seca” descreve, com riqueza de detalhes, a saga de uma família numerosa, vivendo as dificuldades causadas pela seca que persistiu no sertão baiano, no ano de 1939.
O nascimento de uma criança, vinda de um triste caso de amor escondido, deu engrenagem ao enredo discorrido numa localidade com absoluta falta de chuva.
Romanceado por vários episódios, envolve a atenção do leitor, quando fala: da morte do jeguinho de estimação, do caboclo que levou o pilão de Filó e da saída do filho mais velho do seio da família, em busca de melhores condições de vida. O livro torna-se muito interessante por mostrar as dificuldades da convivência coma  estiagem, entremeado pela esperança, força e fé do homem sertanejo.
A autora, de maneira inteligente e otimista, estruturou o romance mostrando muitas nuances, hábitos e costumes do sertanejo; utilizando inclusive o linguajar típico dos habitantes dos  rincões do sertão. Usando o personagem Severino, faz poesia e nos leva às lágrimas quando reza várias orações pedindo chuva.
De leitura dinâmica, interessante e envolvente, é uma recomendação àqueles que apreciam as histórias regionais, os costumes do povo simples e, sobretudo, para os que buscam conhecer as dificuldades que passaram as famílias que conviveram com a seca.
Perpassando a história, a autora conclui o romance como os grandes acontecimentos históricos, enaltecendo os valores da amizade, da perseverança, da fé, da esperança e do amor.
Maria Doroteia Teixeira Santos Reis


A obra “ As Dores da Seca” narra a saga da família de Severino e Filó na pior seca já enfrentada pelo sertão baiano, em 1939.
Severino, homem forte, trabalhador, cheio de fé, não teme a lida nem se acovarda diante do longo período de estiagem. Assim como o mandacaru, resiste ao sol inclemente, pedindo em suas orações a chuva e forças para permanecer em seu chão.
Ao lado de Filó e seus filhos Juquinha, Mané, Rosinha, Zeca, Joaninha, Chiquinho e Bastião, Severino suporta a fome, a miséria, a perda de seus animais estimados: jeguinho Pulu, a cachorra Traíra, a vaquinha Pintada, que ficara no Pé da Serra, e saída de seu filho Mané, de apenas 12 anos, para tentar a vida na cidade grande.
Mesmo depois de tanto sofrimento, Severino resiste à ideia de deixar o sertão e clama sempre pela chuva, pelo retorno do verde no pasto, pela fartura, pela bonança. Mas, a chuva não vem e Severino e sua família são obrigados a partir, a eles se junta Mãe Maria, avó de Filó. Mulher forte, determinada, que não se deixa abater pelas agruras vividas.
Saem em busca de melhores condições, atravessando o sertão baiano e carregando consigo a fé e esperança da ter chuva.
Nessa jornada, a família de retirantes conta com o apoio e a solidariedade de amigos, vizinhos e companheiros de infortúnios. Ao chegar a Duas Barras, reencontra seu filho Mané e também o pai de Filó, Tonico. A família, mais uma vez reunida, comemora e faz planos, reacendendo a esperança de viver dias melhores.
Eis que cai a chuva e o sertão voltará a ficar verde. O cheiro de terra molhada, a plantação brotando... Severino e sua família não mais precisam fugir da seca e retornam ao Pé da Serra.
A leitura de “As Dores da Seca” nos transporta ao universo regionalista de Rachel de Queiroz, Euclides da Cunha, Graciliano Ramos, ao relatar com detalhes os tormentos suportados pelo sertanejo nos longos e penosos períodos de estiagem.
A moral e os costumes da região, as tradições, as crenças e a religiosidade, elemento indissociável do sertanejo, as rezas, as cantorias, as orações consolidam o universo místico do homem do sertão, acentuando, a cada aflição vivida, que a fé é que o mantém de pé.
Hévila Maynart

ELEMENTOS DA NARRATIVA

Personagens:
Severino: homem forte, determinado, trabalhador, crente, casado com Filó e pai das crianças  Juquinha, Mané, Rosinha, Zeca, Chiquinho, Joaninha e Bastião. Sofre com a seca, mas reluta em deixar seu torrão. Acredita que Deus iria olhar pro seu sertão.
Filó: fruto de um amor escondido, é criada pela avó Mãe Maria. É uma mulher corajosa e resignada. Aguenta as dores da seca juntamente com Severino e os filhos.
Mãe Maria: mulata forte de físico e de mente, acreditava na sorte, amava a vida e era devota de Nossa Senhora do Parto. Não havia nada que a abatesse.
Caboclo: rezador, leva consigo o pilão de Filó.
Mané: filho mais velho de Severino e Filó, por causa da seca, deixa sua família e parte para a cidade grande em busca de melhores condições. Será o portador de boas novas: é ele que trará seu avô Tonico e a esperança de dias melhores para sua família.
Tonico: pai de Filó. Quando jovem se enamora por Margarida e, por algum tempo, vive um romance escondido com Margarida. Após desvirgina-la, deixa o povoado por medo de Bastião, pai da moça. Só reaparece nos capítulos finais, através de Mané.
Rosinha: filha de Severino e Filó, é que ajuda a mãe nas lidas diárias.

Espaço: O sertão baiano, região do Pé de Serra, onde vive a família de Severino e Filó. Há também em menor escala a apresentação do cenário da cidade de São Paulo, para onde foi o menino Mané.

Tempo: A narrativa é centrada na seca de 1939, no sertão baiano. Há o predomínio do tempo cronológico, com passagens de tempo psicológico, em forma de  feedback.

Narrador: observador, com foco narrativo de 3ª pessoa. O narrador é onisciente, mesmo estando fora da história, penetra no interior das personagens, em suas intimidades como se fosse Deus.
O uso do discurso indireto livre apresenta o narrador que funde-se ao personagem, dando a impressão de que os dois falam juntos. Isto faz com que o narrador penetre na vida do personagem, no seu íntimo, adivinhando-lhe os anseios e dúvidas.

Enredo: A família de Severino e Filó, no Pé da Serra, sofrem com a longa seca. Depois de perder seus animais de estimação, veem seu filho Mané partir para a cidade grande em busca de condições melhores.
Mané, na viagem para São Paulo, é acolhido pela família de seu Antônio e d. Amélia. Lá em São Paulo, conhece seu avô Tonico, que decide voltar ao sertão juntamente com o neto para conhecer Filó.
Nesse mesmo tempo, após meses resistindo contra o sol impiedoso, Severino e sua família decidem deixar o sertão e partem para a cidade numa viagem de sofrimento e dor. Ao chegar a Duas Barras, reencontra o filho Mané e conhece Tonico. Chove e a família não segue viagem,  retornando ao povoado de Pé da Serra.

Linguagem: O sucesso do livro está atrelado à simplicidade da linguagem (a mais difícil das virtudes literárias!). Não há exibicionismo da autora no uso de palavreado erudito.
Sua linguagem é natural, direta, coloquial, simples, sóbria, condicionada ao assunto e à região, própria da linguagem moderna brasileira.
Em As Dores da Seca, Terezinha Teixeira usa uma linguagem regionalista sem afetação, sem pretensão literária e sem vínculo obrigatório a um falar específico (modismo comum na tendência regionalista). 
A sobriedade da construção, a nitidez das formas, a emoção sem grandiloquência, são recursos perceptíveis em todo o livro. 

Análise por capítulo

Capítulo 1
“O sertão sofre com a seca que traz a fome.”
O capítulo 1 apresenta as personagens  Severino e Filó, descreve o ambiente onde ocorrem as ações: povoado de Pé da Serra e os costumes do homem do sertão.
Utilizando uma linguagem simples, de fácil entendimento, nas falas de suas personagens percebe-se o regionalismo.
Nesse capítulo também é narrada a situação em que Filó perde seu pilão para o caboclo que veio curar Juquinha.

Capítulo 2
“A seca expulsa o sertanejo de seu torrão natal.”
No capítulo2, Mané vê-se obrigado a sair sozinho para a cidade grande em busca de melhores condições. Enfrenta corajosamente a penosa viagem. Conhece a família de Sr. Antônio e D. Amélia, por quem é acolhido, e consegue chegar a São Paulo para trabalhar e juntar dinheiro para buscar a família.
É no capítulo 2 que se apresenta o mandacaru como símbolo da resistência do sertanejo.

Capítulo 3
“O sertanejo é acima de tudo um forte.”
O capítulo 3 inicia com a apresentação de Mãe Maria e a história de Filó. Em forma de feedback temos conhecimento sobre os pais de Filó e a história de amor escondido. Ao falar da rivalidade entre a família de Margarida e a família de Tonico, percebe-se a influência shakespeariana de Romeu e Julieta.
O capítulo se encerra numa  antítese vida e morte. O nascimento de Filó e a morte de Margarida.

Capítulo 4
“O céu pontuado por nuvens brancas é sinal de que a chuva vai demorar.”
Esse capítulo narra a viagem de Mané, o encontro com a família que o acolhe e a chegada a São Paulo.

Capítulo 5
“Em terras paulistanas o retirante chora sua saudade nas cordas da viola.”
O capítulo inicia reforçando a fé e a religiosidade de Severino. Só pela fé e através da fé ele resistia às asperezas do sertão. É aí que conhecemos a história de Marcolino e Zefa e o triste fim de seu filhinho Joãozinho.
Mais uma vez, Severino mostra-se temeroso em deixar o seu pedaço de terra e ir para a cidade grande, lembrando do sofrimento dos compadres.

Capítulo 6
“A caatinga queimada é sinal de que a seca é brava.”
A seca persiste e Severino já se mostra que não tem mais esperança de ver a chuva cair. Sofre com o padecimento de Filó e seus filhos, mas nem tudo é tristeza. Chegam boas notícias de São Paulo, Severino e Filó recebem uma carta de Mané.

Capítulo 7
“A água desaparece, o mato seca, a fome traz a morte, só o sertanejo permanece forte.”
Mês de junho, sofrimento, tristeza. A seca castigava no Pé da Serra. Já em São Paulo, chuva em abundância. Mané e seus colegas, aos sábados, iam ao boteco do Baiano. É lá que ele conhece o violeiro Tião e sua história, “a cruel traição”. A saudade aperta o peito de Mané e ele também faz sua súplica: “Meu Deus, tem piedade do sertão.”

Capítulo 8
A seca continua. Parece que tudo vai se acabar. E o sertanejo fala forte: “-Nada me tira do meu lugar”.
Agosto chega, trazendo a esperança que alimenta o sertanejo. Filó fraqueja e pede a Severino para saírem daquele lugar, não quer ver seus filhos morrerem de fome. Severino, mais uma vez, dando mostra de sua fé, reza o “Pai Nosso do Sertão.”
Nasce  Bastião, o mais novo filho de Severino e Filó.

Capítulo 9
“Em outras plagas o retirante mostra força, coragem, trabalho e saudades de sua terra.”
Agosto se foi e chega setembro, nada de chuva. A falta de chuva fazia desaparecer os lindos prenúncios da primavera.
Mãe Maria mostrava-se mais forte e animada após a chegada de Bastião.

Capítulo 10
“Por onde passava a família de Severino, ficavam as marcas das dores da seca.”
Finda dezembro e nem sinal de chuva. A situação no povoado do Pé da Serra é trágica. As dores da seca impõem a Severino sua retirada.
Rezas, penitências, procissão, nada adiantava. A chuva teimava em não chegar, aumentando o sofrimento dessa gente.
Severino decide sair de seu torrão e começam os preparativos para a viagem.

Capítulo 11
“Com lágrimas o sertanejo molha o chão rachado pela seca.”
Mané descobre seu avô Tonico e a esperança de rever sua família, de tirá-la da dor da seca torna-se concreta para o menino. Tonico e Mané se preparam para retornar ao Pé da Serra.

Capítulo 12
“Nada desanima o coração forte do homem das catingas.”
Nesse capítulo é narrada a partida e a viagem da família de Severino. Tristeza, dor, saudade, desolação e aflições marcam a jornada desses retirantes, últimos a deixar o povoado do Pé da Serra.

Capítulo 13
“O sertanejo só tem alegria quando a chuva molha o seu chão.”
Desfecho. Após noites atormentadas, medo, dor, aflição, a família de Severino chega a Duas Barras. Mané e Tonico reencontram a família e a esperança brilha mais uma vez. Para alegria de Filó, Mané lhe traz seu pilão, ela conhece seu pai Tonico.

Relâmpago, trovões, chuva. A chuva caía em Duas Barras, Severino quer voltar para o Pé da Serra. Tonico e Mané ajudam a família na viagem de retorno ao povoado do Pé da Serra. 

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

COLÓQUIO LITERÁRIO AS DORES DA SECA

Colóquio Literário "As dores da seca", com a presença da autora Terezinha Teixeira Santos, no CEOMG, em 25/10/2012.
























































sábado, 13 de outubro de 2012

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Linha de Tempo

Linha de Tempo

VANGUARDAS EUROPEIAS

Trabalho para o curso "O professor e as Tecnologias".
http://www.dipity.com/hevilasilva/VANGUARDAS-EUROPEIAS_2/#flip

sábado, 15 de setembro de 2012

PROJETO AS DORES DA SECA



Projeto de leitura
“As Dores da Seca”  



JUSTIFICATIVA

            A leitura abre portais no tempo e no espaço para que possamos experimentar sensações e emoções; vislumbrar cenários extasiantes, culturas, civilizações e hábitos semelhantes e/ou diferentes dos nossos.

É na leitura que nossa mente se expande, nosso horizonte se alarga para uma compreensão mais humana e menos preconceituosa do mundo. Podemos enxergar além do visível e ver com o coração, com os olhos da autora a história de um povo.

            Com esse olhar sobre a leitura, nesta unidade, apresentamos o projeto com a obra de uma escritora baiana, que retrata o povo, o chão e a terra do sertão baiano castigado pela seca.

            Em “As dores da seca”, a escritora baiana Terezinha Teixeira Santos, retrata de forma poética o sertão de Guanambi, castigado e sofrido pelo sol inclemente. Traz o universo de Severino, um sertanejo baiano, cheio de esperanças e muita fé em Deus.

            Voltaremos no tempo para vivenciar, de forma sinestésica, a seca que assolou o sertão baiano, em 1939, mas que não secou as terras férteis do coração sertanejo calejado pela falta de chuvas, pela dor, pelas adversidades e pelas agruras da “pedra”.
                       
Ao mesmo tempo, abriremos a possibilidade de proporcionar um encontro entre leitores e escritora diminuindo a distância entre esses dois universos, diferentes e inseparáveis, como forma de incentivo ao mundo da leitura e da escrita.

COMPETÊNCIA

·         Compreender e usar a Língua Portuguesa como geradora de significação e integradora da organização do mundo e da própria identidade.


HABILIDADES

v  Valorizar a literatura como forma de expressão e comunicação.
v  Exercitar a leitura, a escrita e o senso crítico.
v  Produzir textos de diferentes gêneros e linguagens, retratando o tema tratado na obra.
v  Criar trabalhos artísticos com telha, tela e cerâmica.
v  Comparar a obra em estudo com outras da literatura brasileira que tratam da mesma temática.
v  Criar apresentações de dança e teatro.
Realizar um Recital com os poemas que fazem parte da obra em estudo.
v  Identificar, conhecer e avaliar os laços de identidade do sertão com o cidadão, as manifestações populares e o trabalho.


Estratégia de ação

ü  Apresentação e divulgação do projeto.
ü  Conhecendo a autora e suas obras: visita ao blog “Recortes do coração” http://terezinhateixeirasantos.blogspot.com.br/
ü  Leitura do romance.
ü  Análise da narrativa.
ü  Discussão em sala de aula sobre o tema, fazendo um estudo comparativo com fragmentos de outras obras: “O Quinze” de Raquel de Queiroz; e “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos.
ü  Produção de trabalhos artísticos em telhas, telas e cerâmica, representando a obra estudada.
ü  Apresentações de dança e teatro.
ü  Recital.
ü  Culminância: Socialização dos trabalhos produzidos pelos alunos no encontro com a autora.


Avaliação:

A avaliação será processual e contínua tanto do trabalho como dos alunos.                                           
À medida que as atividades são realizadas, os alunos fazem comentários sobre as mesmas, sugerindo e propondo novas formas de se trabalhar o tema.
Na avaliação do aluno será considerada sua participação, o envolvimento e interesse no trabalho e a sua pontualidade no cumprimento da tarefa proposta.
A avaliação dos textos produzidos será baseada nos seguintes critérios: adequação ao tema; correção gramatical; emprego dos recursos expressivos da linguagem; clareza na exposição das idéias.


CRONOGRAMA

Inicio: 13/09/2012
Culminância:25/10/2012
Encontro com a escritora Terezinha Teixeira Santos: 19/10/2012


Ficha técnica:

As dores da Seca
Autora: Terezinha Teixeira Santos
Edição      
 Ano: 2010


Parcerias:
ü  Colégio Octacílio Manoel Gomes
ü  Alunos das turmas A e B, primeira série do Ensino Médio



*Obra homônima de Terezinha Teixeira Santos