DOS CRONISTAS DE 1500 AOS LOUCOS MODERNISTAS

AUTORAS:Jéssica Salomão, Lorena Cézar e Kátia.

quinta-feira, 25 de junho de 2009


SÃO JOÃO SE FOI E AGORA VEM SÃO PEDRO. DIVIRTAM-SE A VALER.

VAMO DANÇÁ A QUADRIA DE SUM PEDRO, PESSOÁ!!!!

Meninos e meninas, alguns de vocês ainda não postaram o comentário sobre a Teoria do Medalhão, são eles: Jusciara, Maiquele, Jucilene,Jeferson, Simone, Marília e Liliane. Sugiro que o façam, pois é uma das avaliações da unidade.
Também não esqueçam que há o comentário a ser feito sobre o conto Chinela Turca. A questão já foi postada há algum tempo. Assim que retornarmos do recesso, quero os comentários postados.
Tenham um ótimo recesso. Curtam bastante e divirtam-se.
Bjos
Hévila
É SÃO JOÃO, PESSOAL!!!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Questão a ser comentada - A CHINELA TURCA

Comente o último parágrafo do conto: "Duarte acompanhou o major até à porta, respirou ainda uma vez, apalpou-se, foi até à janela. Ignora-se o que pensou durante os primeiros minutos; mas, a cabo de um quarto de hora, eis o que ele dizia consigo: — Ninfa, doce amiga, fantasia inquieta e fértil, tu me salvaste de uma ruim peça com um sonho original, substituíste-me o tédio por um pesadelo: foi um bom negócio. Um bom negócio e uma grave lição: provaste-me ainda uma vez que o melhor drama está no espectador e não no palco."
Escreva com suas palavras, não use palavras de análises ou resenhas já publicadas. Você pode basear-se nelas, mas não deve utilizar trechos para responder à questão.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

A chinela turca
“A chinela turca”, um dos contos mais antigos do livro de Machado de Assis, realiza um diálogo com o Romantismo. Os personagens Duarte e major Lopo Alves se envolvem, cada um a sua maneira, com este universo artístico. A imaginação, nesse sentido, é elemento importante e não deve ser descartada.
Vejamos o enredo.
Lopo Alves, após assistir a uma peça ultra-romântica, resolve retomar seus interesses literários e escrever um drama. A questão central do conto é justamente o fato de Duarte ter que ouvir, a contragosto, a leitura do drama de Lopo Alves. Ou pior: abrir mão de se encontrar com Cecília, a moça dos olhos azuis, para gastar seu tempo com o major, de quem a moça era parente.
O bacharel Duarte morava em Catumbi e se preparava para ir ao Rio Comprido, onde se dava um baile em casa da viúva Meneses. Era-lhe certo que lá estaria a moça dos cabelos loiros e olhos azuis chamada Cecília. A visita do major, porém, o impede de ir e o força a ouvir um drama enfadonho. Já eram quase dez horas: Duarte procurou desviar aquele cálice de amargura; mas era difícil pedi-lo, e impossível alcançá-lo.
Consultou melancolicamente o relógio, que marcava nove horas e cinqüenta e cinco minutos, enquanto o major folheava paternalmente as cento e oitenta folhas do manuscrito. (p. 72)
É preciso dizer ainda que o drama se dividia em sete quadros e possuía o estilo romântico. A obra é dada como ultrapassada pelo bacharel: “Lopo Alves cuidava pôr por obra uma invenção, quando não fazia mais do que alinhavar as suas reminiscências”. Já a ironia machadiana traduz a irritação de Duarte: “Não é fora de propósito conjeturar que, se o major expirasse naquele momento, Duarte agradecia a morte como um benefício da Providência” (p. 72). O personagem escapa do suplício pelo sono, como o leitor descobrirá ao final do conto. A passagem do plano da realidade para o onírico é feita de forma ambígua, o que dá ao conto a característica do fantástico, no sentido em que há uma dúvida, por parte do leitor, entre o possível e o fantasmagórico. Veja a passagem: Voava o tempo, e o ouvinte já não sabia a conta dos quadros. Meia noite soara desde muito; o baile estava perdido. De repente, viu Duarte que o major enrolava outra vez o manuscrito, erguia-se, empertigava-se, cravava nele uns olhos odientos e maus, e saía arrebatadamente do gabinete.
Duarte quis chamá-lo, mas o pasmo tolhera-lhe a voz e os movimentos. Quando pôde dominar-se, ouviu o bater do tacão rijo e colérico do dramaturgo na pedra da calçada. (p. 73)
Logo em seguida, e aqui já podemos pensar no sonho de Duarte, chega-lhe a visita de um homem baixo e gordo que diz ser da polícia e afirma que o bacharel roubou uma chinela turca muito cara. O sujeito, porém, não era da polícia e logo cinco homens armados o levam para um carro e o transportam para um lugar que lhe é desconhecido. Duarte desce do carro com os olhos vendados e quando os descobre vê uma sala muito ampla e iluminada. Aos poucos o bacharel percebe que a chinela turca, que lhe será
mostrada, foi apenas um pretexto para que ele fosse levado até ali. Antes de falar com um velho, um padre lhe abençoa. Em outra sala, o velho lhe mostra uma moça que se assemelha muito com Cecília e lhe diz que fará três coisas, a saber: casar-se com ela, escrever um testamento e tomar um veneno. Também há a possibilidade de morrer com tiro de pistola.
O padre reaparece para fazer o casamento. No entanto, o homem lhe diz ao ouvido que não é padre, mas tenente do exército, e que há um meio de fugir: pular pela janela que lhes fica próxima. Duarte se atira então pela janela e inicia a sua fuga. Escapa. Entra depois em uma casa, onde um homem lia o Jornal do Comércio. Esse homem era o major Lopo Alves, que lhe declara ter finalizado a leitura do drama e pergunta o que achou. O bacharel responde que o achou excelente, com paixões fortíssimas. Eram duas horas da madrugada. Despede-se enfim do major.
O último parágrafo do conto é justamente um comentário que estabelece um paralelo entre seu sonho e a peça do major. O bacharel falava consigo: — Ninfa, doce amiga, fantasia inquieta e fértil, tu me salvaste de uma ruim peça com um sonho original, substituíste-me o tédio por um pesadelo: foi um bom negócio. Um bom negócio e uma grave lição: provaste-me ainda uma vez que o melhor drama está no espectador e não no palco. (p. 79)
Como se pode perceber, o personagem Duarte considera, no final, muito melhor ter tido um pesadelo do que ter prestado atenção na peça ruim do major. Outro paralelo pode ser estabelecido: há no conto um desejo amoroso por Cecília e, no sonho, a fuga de um casamento com uma moça semelhante. O sonho é nutrido por elementos retirados da realidade de Duarte e da peça do major. Na peça, como é dito no conto, há homens embuçados, um envenenamento, um rapto de uma moça de dezessete anos e o roubo de um testamento. É justamente a mistura dos elementos do drama com o sonho que o bacharel tem que dá ao conto essa atmosfera fantástica.
Machado de Assis, por outro lado, se dirige ao leitor ao comentar que o melhor drama está no espectador e não no palco. Ou seja, é importante que o leitor imagine e se deixe levar pelas aventuras dos personagens. Essa afirmação, que pode ser estendida para toda a obra, é muito importante para a leitura dos contos em que temos elementos fantásticos como “Uma visita de Alcibíades”, por exemplo.
(TEIXEIRA, Marcos Vinícius. Uma leitura de Papéis avulsos de Machado de Assis. In: Revista de Literatura - 2008. Belo Horizonte: Associação Pré-UFMG, 2007, p. 07-32.)
A Chinela Turca (Conto de Papéis Avulsos), de Machado de Assis

Este conto de Machado de Assis foi publicado, pela primeira vez, na Época, nº 1, de 14 de novembro de 1875.
A Chinela Turca, além de um texto enriquecedor por fazer uso de uma linguagem agradável, com certa dose de humor, expressa a língua magnífica, que deve ser sempre instrumento de reflexão. Sabe-se que o texto foi escrito no século dezenove e mantém as características próprias da época. O texto é uma ficção, o fictício se completa com o imaginário, num desnudamento das relações intra textuais, relativizadas no contexto do leitor.A relação do real com o fictício e o imaginário apresenta uma propriedade fundamental do texto ficcional. Quando a realidade repetida no fingir se transforma em signo, ocorre uma transgressão de sua determinação. Daí o ato de fingir ser uma transgressão de limites. Nisso se expressa sua aliança com o imaginário.
Em A chinela turca é por intermédio da visão que a “realidade” se confunde com o sonho. As transições são calcadas na visão. Assim, a passagem da “realidade” ao sonho: “De repente, viu Duarte que o major enrolava outra vez o manuscrito, [...]”. E a passagem do sonho à “realidade”: “Fitou os olhos no homem. Era o major Lopo Alves. O major, empunhando a folha, cujas dimensões iam-se tornando extremamente exíguas, exclamou [...]”.Machado de Assis distingue-se de outros autores por apresentar vazios para que o leitor possa se apropriar desses espaços transformando-se em co-autor, sem que este mesmo leitor se perca do caminho traçado pelo autor.O fictício é a vertente intencional do autor, a obra que ele apresenta para o leitor. Esta vertente se torna contexto para a vertente do imaginário, vertente espontânea. Estabelece-se o jogo, um espaço de troca, de expectativas, de suspense, de interação. É no fingir que emerge um imaginário que se relaciona com a realidade do texto. O autor seleciona fatos, personagens, lugares e combina todos estes elementos constituindo ações, transgressões intratextuais, rompe com os limites do próprio texto, permitindo que o leitor crie a partir destas situações, outras tantas que caracterizam o imaginário do leitor.
A história se passa na cidade do Rio de Janeiro, no ano de 1850. O bacharel Duarte prepara-se para ir a um baile, onde encontrará uma jovem com quem está a namorar há pouco tempo, quando lhe anunciam a visita do major Lopo Alves, velho amigo da família. Causa-lhe horror a visita àquela hora. O major vem lhe dar a notícia de que acabara de escrever um drama. O bacharel custa a crer que isso realmente estava acontecendo com ele, naquela hora da noite, só pensava em Cecília. Empalideceu quando viu o major abrir o rolo que trazia, seria breve na leitura, afinal não passava o drama de cento e oitenta folhas manuscritas. O major começou a leitura, o bacharel mergulhou o corpo e o desespero numa vasta poltrona de marroquim, resoluto a não dizer palavra para ir mais depressa ao termo.O drama dividia-se em sete quadros. Os sentimentos do bacharel não faziam crer tamanha ferocidade; mas a leitura de um mau livro é capaz de produzir fenômenos ainda mais espantosos.
Neste momento o escritor está preparando o leitor para viver o imaginário que a partir deste ponto da obra vai ser criado pelo bacharel.
Voava o tempo, e o ouvinte já não sabia a conta dos quadros... De repente, viu Duarte que o major enrolava outra vez o manuscrito, erguia-se, empertigava-se, cravava nele uns olhos odiendos e maus, e saía arrebatadamente do gabinete... autor e drama tinham desaparecido. Por que não fez ele isso há mais tempo?
Mal tem tempo de suspirar com alegria, quando o empregado vem anunciar-lhe outra visita. Era a polícia!Era acusado de furtar uma chinela turca, preciosa. Duarte suspeitou que o homem fosse doido ou um ladrão. Não teve tempo de examinar a suspeita, viu entrar cinco homens armados, que lhe levaram. Meteram-no à força em um carro e partiram.
No carro, os homens confirmam as suspeitas de Duarte, eles não eram da polícia. Chegaram a uma bela casa. Duarte já achava que a chinela vinha a ser pura metáfora; tratava-se do coração de Cecília, que ele roubara, delito de que o queria punir o já imaginado rival. Na casa um homem misterioso apresenta-lhe uma linda moça, muito parecida com Cecília. O homem diz-lhe que três coisas Duarte vai fazer: casar, escrever o seu testamento; e engolir certa droga do Levante...
Possuía uma pequena fortuna, deixaria tudo para a moça e depois morreria. Não, não se casaria.Ao ser chamado, entra um padre, que olha para ele de modo esquisito. Num momento de distração, o padre revela-lhe que era tenente do exército e que ele deveria pular a janela e fugir.
Duarte não hesitou, pulou a Deus misericórdia por ali abaixo. Deu com um segurança, fechou os punhos e bateu com eles violentamente nos peitos do homem e deitou a correr. O homem não caiu. Começou então uma carreira vertiginosa.Cansado, ferido, ofegante, caiu nos degraus de pedra de uma casa. Um homem que ali estava, lendo um número de Jornal do Comércio, pareceu não o ter visto entrar. Duarte fitou os olhos no homem. Era o major Lopo Alves.O major exclamou repentinamente: Fim do último quadro.
Duarte olhou para ele, esfregou os olhos, respirou à larga. O major pergunta-lhe “Que tal lhe parece?” “Ah! Excelente!” Respondeu o bacharel, levantando-se. “Paixões fortes, não?” Pergunta-lhe o Major. “Fortíssimas”, responde Duarte.O Major despediu-se, eram duas horas. Duarte respirou fundo, foi até a janela e disse para si mesmo: - “Ninfa, doce amiga, fantasia inquieta e fértil, tu me salvaste de uma ruim peça com um sonho original, substituíste-me o tédio por um pesadelo: foi um bom negócio. Um negócio e uma grave lição: provaste-me que muitas vezes o melhor drama está no espectador e não no palco.”
Texto extraído:http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas
Olá, meus anjos, andei sumida por uns dias. Estive doente. Não sei se uma dengue disfarçada de virose ou se uma virose com aparência de dengue. Mas já estou melhor e de volta. Quero que saibam que estou muito satisfeita com as visitas e os comentários postados. Bom saber que vocês aderiram a minha proposta. Vou deixar uma nova questão, agora sobre o conto "Chinela turca". Por favor postem os comentários no local apropriado. Fiquem atentos a isso. Bjo no coração de todos.
Hévila