DOS CRONISTAS DE 1500 AOS LOUCOS MODERNISTAS

AUTORAS:Jéssica Salomão, Lorena Cézar e Kátia.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

DEMOCRACIA RACIAL NO BRASIL - UM MITO

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Racismo??

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sexta-feira, 18 de setembro de 2009

MUITO LONGE DE CASA, ISHMAEL BEAH


“Estou empurrando um carrinho de mão enferrujado numa cidade em que o ar cheira a sangue e carne queimada. A brisa traz o pranto débil de corpos mutilados que dão o ultimo suspiro (...) As moscas estão tão excitadas e intoxicadas que caem nas poças de sangue e morrem. (...) Consigo sentir o calor do meu rifle AK-47 nas minhas costas; não lembro quando atirei com ele da última vez (...)”. Página 21 “

(...) Lembranças das quais às vezes eu gostaria de me livrar, apesar de saber que são uma parte importante do que é minha vida, de quem sou agora (...) Hoje vivo em três mundos: meus sonhos, e as experiências de minha nova vida, que desencadeiam memórias do passado”. Página 22 Da mesma forma que o Nobel Wole Soyinka, Ishmael Beah, jovem escritor natural de Serra Leoa, dá voz ao sofrimento e dor que viveu durante a guerra civil em seu país.

No livro, Muito longe de casa – Memórias de um menino-soldado (A Long Way gone: Memoirs of boysoldier, tradução de Cecília Gianetti, Ediouro, 224 pp), contudo diferentemente de Soyinka que foi preso já adulto por tentar mediar os partidos da guerra civil nigeriana e contou seu drama em The Man Died: Prison Notes, Beah ainda pré-adolescente, conviveu todo o conflito sanguinário, perdendo seus familiares, fugindo pelo interior do país dos rebeldes que massacraram sua aldeia e logo depois foi agregado às forças do exército para lutar contra as milícias do tráfico de diamantes. Forçado a ser algoz, o fã de hip-hop e de boa literatura passa parte da infância e da adolescência matando sob o comando de adultos e fugindo da morte.

O jovem autor de 26 anos veio a Flip 2007, e emocionou a muitos que o ouviram em entrevista. Na mesa “Sobre meninos e lobos” em conjunto com Paulo Linz, falou das barbaridades sofridas, e encantou com um sorriso cativante de forma incrível a platéia do debate. Nem dava para imaginar que ele tinha passado três longos anos de atrocidades, drogas pesadas e matanças que viveu e participou. Fazendo um paralelo, a crítica colocou a África de Beah como uma imensa Cidade de Deus de Linz e da mesma forma usa o assunto estarrecedor para transformar a nossa maneira de encarar o nosso mundo.

A guerra civil em Serra Leoa, recentemente mostrada no filme Diamantes de Sangue de Edward Zwick, com Leonardo Di Caprio e Jennifer Connelly, foi o resultado do conflito interno entre dois lideres políticos do país. Em 1995, o conflito político se degenerou no choque entre as duas forças leonesas, e durante sete anos destruiu quase todo o território de Serra Leoa e matou milhares de pessoas.

Memórias angustiantes, atormentadas, escritas em um estilo simples, que segundo Vinicius Jatobá da EntreLivros, coloca a dor acima das palavras, uma cicatriz exposta que Beah constrói com a mesma estrutura de um conto de Andersen ou dos Grimm, uma clássica história de um inocente sobrevivente em meio à crueldade de uma guerra, como Primos Levi, Imré Kertesz e Nuruddin Farah fizeram em seus É isso um homem, Sem Destino e Mapas, respectivamente.

Apesar da maneira que foi escrita, lembrando suas idas e vindas naquele conflito caótico, o autor consegue em Muito longe de casa encantar com as lembranças das estórias que sua avó contava ou com as descrições de brincadeiras de sua infância roubada pela ferocidade da luta armada. Cita Shakespearre em muitos dos ataques que participou, movido a drogas pesadas e ao calor da “lavagem cerebral” de seus sargentos. Tudo mudou quando conseguiu fugir para Guiné, país vizinho, com a ajuda de voluntários ligados a Unicef, logo depois foi adotado por uma família americana e desde 1998 vive em Nova York, conseguindo o titulo de bacharel em Ciências Políticas pelo Oberlin College.

Beah atrai à leitura com essa sua história de sobrevivência, arrebatando com sua narrativa crua e honesta o público leitor, chegando rapidamente à lista dos livros mais vendidos, deste seu lançamento em junho. Atualmente, o jovem possui um cargo no Conselho de Relações internacionais dos EUA e é membro do comitê de Direitos da Criança da ONG Human Rights Watch.

Cadorno Teles


TRECHO DO LIVRO
Krefeld, 31 de dezembro de 1942
O Natal passou. Não nos demos conta dele. Trabalhamos oito horas. O cotidiano não foi suavizado, por exigência expressa do diretor de Anrath, que se recusou a aceitar pequenas guloseimas que uma instituição de assistência a prisioneiros queria nos enviar. Nessa noite, eu operava a máquina com minha querida Gerda Vossing. Estávamos alegres, pois desejávamos encerrar bem o ano. O guarda meu amigo aproximou-se de nós para me dizer bem rápido:
— Isto não pode mais continuar, tentem fugir, encontrem um jeito! Se surgir a oportunidade, meu nome é Erb, moro na Spinneristrasse, 29. Ninguém irá procurá-las lá...
Nem pude responder, de tão emocionada, tão pasma, com tamanha bondade, tamanha generosidade. De longe, nosso colega Daniel, o último tecelão civil belga deste turno, observa a cena, e assim que meu amigo se afasta, Daniel corre para mim:
— O que aquele safado queria? Aposto que estava enchendo você.
Daniel vive querendo nos proteger, ainda que este bom rapaz esteja cansado de saber que nada pode fazer por nós além de nos presentear com seu bonito sorriso e um aperto de mão quando não há ninguém por perto.Eu o tranqüilizo. O guarda só veio me desejar feliz Ano-Novo. Sim, um feliz Ano-Novo. Na verdade, jamais um homem me deu um presente de fim de ano igual! Erb sabe muito bem que me esconder significa arriscar a própria vida...
Discutimos um bom tempo, Henriette e eu, a proposta de Erb. A salvação é possível. Três alemãs partiram semana passada, mas o ato nos valeu, apesar do frio, o confisco de nossos casacos da fábrica, pois à noite nossas blusas brancas são mais fáceis de serem localizadas. No momento, em pleno janeiro, saímos para tomar a sopa da meia-noite encharcadas de suor. Estamos sob uma fina camisa de seda artificial. A tosse de Henriette é de rachar o peito. Chego a pensar que ela está seriamente enferma.
Debatemos o mistério Erb. Desde que viemos parar nas "mãos deles", já vimos tantas armadilhas, que nos perguntamos se esta não será mais uma. Não! Rejeito essa idéia. Não quero macular a extraordinária generosidade desse homem com um pensamento vil. Não vou, contudo, aceitar sua oferta. Estou doente demais para encarar o esforço de uma fuga. Depois, se me salvo, quem sabe acabam pegando Pierre em meu lugar. Não, o vinho está servido, cabe bebê-lo. "Depois da chuva, o sol há de brilhar", dizíamos a nós mesmos antigamente, quando cantávamos La Jeune garde. Sim, logo o sol irá brilhar. Como nos disse Armand Schmidt, no camburão de Düsseldorf, é preciso "engolir em seco". Tomara que as minhas forças durem até o final do meu encarceramento!
É idiota, mas esta ferida no pé influi no meu estado geral de saúde. Praticamente não durmo mais, o pé e o tornozelo estão inchados. A guardiã, Fräulein Dross, não vê serventia em me levar ao posto de saúde.
Krefeld, 15 de janeiro de 1943
Sem dúvida há mudanças "lá fora", pois o regulamento, da noite para o dia, se tornou muito mais rígido. Os guardas da fábrica agora andam armados de fuzil. Meu pobre Erb tem cara de não saber o que fazer com ele. Um SS acompanha os guardas e vem nos buscar diariamente para nos escoltar ao trabalho. Ele me dá muita pena, pois se parece com Louis Jouvet. É triste vê-lo enfiado neste uniforme! O SS conta as mulheres na saída de casa. A fim de não se confundir, ele nos belisca o braço, de passagem, de preferência machucando a carne.
No meio da sala de máquinas, acabam de construir uma guarita de concreto armado, uma espécie de torre fortificada com seteiras da qual é possível controlar a sala toda com uma simples metralhadora. Uma construção similar também surgiu no pátio e em todas as dependências da fábrica. Estou muito feliz, pois estes sinais são precursores de revolta. Correm rumores de motins...
Maria B., jovem comunista alemã de um outro turno, acaba de ser enviada para Anrath, para a solitária. Vai se divertir um bocado! Está sendo punida por ter dado a boa notícia do cerco às tropas alemãs na Rússia. Onde terá ocorrido esse cerco? Ninguém sabe ao certo, mas todo mundo fala disso. A alegria me leva a dançar, corremos de uma máquina a outra; umas ouviram dizer que se trata de dez divisões, outras, de cem, mas como não sabemos em que consiste uma divisão, continuamos mal informadas. De fonte alemã, fala-se à boca pequena do começo do fim. Uma vez mais, dou piruetas como uma doida, apesar da dor sempre lancinante que sinto no pé. Houben me vê, chama um de seus ajudantes, os dois me observam enquanto imito uma bailarina. Henriette manda, aos gritos, que eu sossegue. Tarde demais! Eles me viram. Tanto pior!

Resistência: A História de Uma Mulher que Desafiou Hitler



‘Resistência: A História de Uma Mulher que Desafiou Hitler’ é ao mesmo tempo um livro de memórias e um diário da historiadora de arte Agnès Humbert. O relato veio a público em 1946 e mostra com muita ironia e humor como Humbert e seus colegas de museu recusaram-se a seguir as ordens dos alemães, ao tentarem invadir a França, em plena 2ª Guerra Mundial.No livro, ela conta que fez greves estratégicas, tentou retirar as moedas de circulação, divulgou em jornais as ações do movimento e suas conseqüências até ser presa. Ao ser capturada e mandada para um campo de concentração, ela viveu os horrores da guerra e nem assim desistiu de se opor aos alemães. Lutou com todas suas forças e venceu.Hoje sua história chega para divulgar as crueldades da guerra e também mostrar que, lutar pela vida e pela liberdade, vale a pena.

sábado, 12 de setembro de 2009

BLOG

Queridos, gostaria que vocês visitassem meu novo blog - Palavras que encantam. O endereço é: http://hevimay.blogspot.com. Ao acessarem o blog, postem comentários ou deixem recadinhos.
Conto com a participação de vocês, pois é uma das tarefas do curso que estou fazendo - Tecnologias Educacionais Inclusivas. Bjo