DOS CRONISTAS DE 1500 AOS LOUCOS MODERNISTAS

AUTORAS:Jéssica Salomão, Lorena Cézar e Kátia.

domingo, 26 de abril de 2009

Português na África

O português na África
Em Angola e Moçambique, onde o português se implantou mais fortemente como língua falada, ao lado de numerosas línguas indígenas, fala-se um português bastante puro, embora com alguns traços próprios, em geral arcaísmos ou dialetalismos lusitanos semelhantes aos encontrados no Brasil. A influência das línguas negras sobre o português de Angola e Moçambique foi muito leve, podendo dizer-se que abrange somente o léxico local.Nos demais países africanos de língua oficial portuguesa, o português é utilizado na administração, no ensino, na imprensa e nas relações internacionais. Nas situações da vida cotidiana são utilizadas também línguas nacionais ou crioulos de origem portuguesa. Em alguns países verificou-se o surgimento de mais de um crioulo, sendo eles entretanto compreensíveis entre si.Essa convivência com línguas locais vem causando um distanciamento entre o português regional desses países e a língua portuguesa falada na Europa, aproximando-se em muitos casos do português falado no Brasil.
Angola
Em 1983, 60% dos moradores declararam que o português era sua língua materna. A língua oficial convive com várias outras línguas nacionais, como o quicongo, o quimbundo, o umbundu, o chocue, o mbundo (ou ovimbundo) e o oxikuanyama.
Cabo Verde
Falam-se crioulos que mesclam o português arcaico a línguas africanas. Os crioulos dividem-se em dois grandes grupos: os das ilhas de Barlavento, ao norte, e os das ilhas de Sotavento, ao sul.
Guiné Bissau
Em 1983, 44% da população falava crioulos de base portuguesa, 11% falava o português e o restante, inúmeras línguas africanas. O crioulo da Guiné-Bissau possui dois dialetos, o de Bissau e o de Cacheu, no norte do país.
Moçambique
O português é a língua oficial falada por 25% da população, mas apenas 1,2% a considera como língua materna. A maioria da população fala línguas do grupo banto.
São Tomé e Príncipe
Em São Tomé fala-se o forro e o moncó (línguas locais), além do português. O forro era a língua falada pela população mestiça e livre das cidades. No século XVI, naufragou perto da ilha um barco de escravos angolanos, muitos dos quais conseguiram nadar até a ilha e formar um grupo étnico a parte. Este grupo fala o moncó, um outro crioulo de base portuguesa mas com mais termos de origem banta. Há cerca 78% de semelhanças entre o forro (ou são-tomense) e o moncó (ou angolar).Existe também o português de São Tomé, que guarda muitos traços do português arcaico na pronúncia, no léxico e até na construção sintática. Era a língua falada pela população culta, pela classe média e pelos donos de propriedades. Atualmente, é o português falado pela população em geral, enquanto que a classe política e a alta sociedade utilizam o português europeu padrão, muitas vezes aprendido durante os estudos feitos em Portugal.
A ilha do Príncipe fala o principense, um outro crioulo de base portuguesa, que se pode considerar como um dialeto do crioulo são-tomense
Outras regiões
A influência portuguesa na África deu-se também em algumas outras regiões isoladas, muitas vezes levando à aparição de crioulos de base portuguesa:
Ano Bom, na Guiné Equatorial.Em Ano Bom, uma ilha a 400 km ao sul de São Tomé, fala-se o ano-bonense, bastante similar ao são-tomense. Tal fato explica-se por haver sido a ilha povoada por escravos vindos de São Tomé.
Casamança, no Senegal. O crioulo de Casamança só se fala na capital, Ziguinchor, uma cidade fundada por portugueses (seu nome deriva da expressão portuguesa cheguei e chorei). Está na órbita lexical do crioulo de Cacheu, na Guiné-Bissau.

Nenhum comentário:

Postar um comentário