DOS CRONISTAS DE 1500 AOS LOUCOS MODERNISTAS

AUTORAS:Jéssica Salomão, Lorena Cézar e Kátia.

sábado, 12 de março de 2011

AVALIAÇÃO I UNIDADE

COLÉGIO ESTADUAL OCTACÍLIO MANOEL GOMES
SÉRIE/TURMA ______ DATA ___/__/2011
DISCIPLINA- LITERATURA PROFESSORA - HÉVILA
ALUNAS(OS) ___________________________________________
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AVALIAÇÃO PARCIAL – I UNIDADE (Valor 4,0)

Leia o texto abaixo e, a seguir, responda às questões de 1 e 2.
Pero de Magalhães Gandavo, na sua obra, escrita em 1576, intitulada História da Província de Santa Cruz, a que vulgarmente chamamos Brasil, anota o seguinte:
“Esta província é à vista mui deliciosa e fresca em grande maneira: toda está vestida de mui alto e espesso arvoredo, regada com águas de muitas w mui preciosas ribeiras de que abundantemente participa toda a terra, onde permanece sempre a verdura com aquela temperança da primavera que cá nos oferece abril e maio. E isto causa não haver frios, nem ruínas de inverno que ofendam as suas plantas, com cá ofendem as nossas.
Estes índios [...] são mui desonestos e dados à sensualidade, e assim se entregam aos vícios como se neles não houvesse razão de homens: ainda que todavia em seu ajuntamento os machos e fêmeas têm o devido resguardo, e nisto mostram alguma vergonha.
A língua de que usam [...] carece de três letras ,convém a saber, não se acha nela F, nem L, nem R, cousa digna de espanto, porque assim não têm Fé, nem Lei, nem Rei; e desta maneira vivem desordenadamente.”

1- Quais as características dadas por Gândavo à natureza das novas terras?

2- Quais as características dadas por Gândavo aos nativos?

3- Numa carta de 1549, o padre Manuel da Nóbrega descrevia as terras do Novo Mundo, aonde acabara de chegar. Leia com atenção esse documento histórico.
“[...] Mas é de grande maravilha haver Deus entregue terra tão boa , tamanho tempo, a gente tão inculta que tão pouco o conhece, porque nenhum Deus têm certo, e qualquer que lhes digam ser Deus o acreditam, regendo-se todos por inclinações e apetites sensuais. [...] Têm muitas mulheres e isto pelo tempo em que contentam com elas e com as dos seus, o que não é condenado entre eles. [...] Se acontece de aprisionarem um contrário na guerra, conservam-no por algum tempo, dão-lhe por mulheres suas filhas, para que o sirvam e guardem, depois do que o matam com grande festa e ajuntamento dos amigos e dos que moram por ali perto, e se deles ficam filhos, os comem, ainda que sejam sobrinhos e irmãos, declarando às vezes as próprias mães que só os pais e não as mães, tem parte neles. [...] Se matam a um na guerra, o partem em pedaços, e depois de moqueados os comem, com a mesma solenidade; e tudo isto fazem com um ódio cordial que têm um ao outro, e nestas duas cousas, isto é, terem mulheres e matarem os inimigos, consiste toda a sua honra.[...]”
a) Como Nóbrega caracteriza a natureza e a população do Novo Mundo?

b) Em que aspectos as visões de Nóbrega e Gândavo são semelhantes?


4 – A poesia lírica de Gregório de Matos subdivide-se em amorosa e religiosa.
a) Como a mulher é vista em sua lírica amorosa?
b) Como aparecem na lírica religiosa à idéia de Deus e do pecado?

5 - Acompanhe a leitura dos seguintes excertos do poema Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga, e do comentário abaixo para responder a questão.
Tomás Antônio Gonzaga escreveu as Liras de Marília de Dirceu, coleção de poemas centrados num tema principal: os amores do pastor Dirceu pela jovem Marília. Nos poemas, emergem detalhes relacionáveis com a vida do poeta, o que torna alguns pontos de sua biografia importantes para a compreensão de sua obra. A Marília de Dirceu apresenta basicamente duas partes: a primeira pode ser identificada com o período da conquista amorosa e namoro; a segunda pertence à fase da prisão do poeta.

Lira I
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, d’ expressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal, e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
(...)
Leve-me a sementeira muito embora
O rio sobre os campos levantado:
Acabe, acabe a peste matadora,
Sem deixar uma rês, o nédio gado.
Já destes bens, Marília, não preciso:
Nem me cega a paixão, que o mundo arrasta;
Para viver feliz, Marília, basta
Que os olhos movas, e me dês um riso.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
(...)

Lira XV
Eu, Marília, não fui nenhum Vaqueiro,
Fui honrado Pastor da tua aldeia;
Vestia finas lãs, e tinha sempre
A minha choça do preciso cheia.
Tiraram-me o casal, e o manso gado,
Nem tenho, a que me encoste, um só cajado.
(...)
Se o rio levantado me causava,
Levando a sementeira, prejuízo,
Eu alegre ficava apenas via
Na tua breve boca um ar de riso.
Tudo agora perdi; nem tenho o gosto
De ver-te aos menos compassivo o rosto.
(...)

a) Compare os excertos lidos. Um pertence à primeira parte das Liras, o outro, à segunda parte. Quais são as diferenças marcantes entre eles?

6 - Leia atentamente a seguinte opinião:
“De qualquer maneira que se leiam os versos da lira XV, eles sempre guardarão o tom daquilo que motivou a sua confecção: a declaração amorosa. Além do mais, todo o vocabulário usado na construção desse poema é, inequivocamente, a expressão da poesia pastoril que marcou presença no século XVIII, como elemento diferenciado das tensões barrocas.” (Manuel Rodrigues Lapa)

a) Você concorda com Manuel Rodrigues Lapa quanto à interpretação de que esta lira é uma declaração amorosa?

b) Qual é o vocábulo que permite considerar esta lira como uma expressão da poesia pastoril?

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